Ponto de táxi gera indignação

A implantação de um ponto livre de táxi na rua Garibaldi, bairro São Francisco, vem tirando o sono de alguns moradores. Todo o condomínio Dibernardo, por exemplo, está mobilizado a fim de sensibilizar as autoridades para que a área destinada aos taxistas seja realocada para outro ponto. As principais reclamações dos moradores são a perda da comodidade e o barulho gerado durante a noite, além do trânsito intenso de veículos e multas por estacionamento irregular.

Por outro lado, a prefeitura diz que o local é o ideal. O Sindicato dos Taxistas (Sinditaxi) afirma que o pedido foi feito pela categoria. O ponto livre funciona de segunda a sábado, das 22h às 6h, e aos domingos, das 14h às 2h.

O economista Luiz Felipe Cabral Correia, 54 anos, foi multado no primeiro final de semana da mudança. “Fui denunciado anonimamente, acredito que por um taxista. Parece que viraram assessores dos órgãos competentes para multar cidadão comum, quando na verdade apenas não percebi a placa”, reclamou. “Nós estamos reclamando da arbitrariedade da prefeitura em ter colocado um ponto de táxi na frente de um prédio, sendo que existem outras ruas na redondeza. Não somos contra taxistas, mas acho que a escolha não foi bem sucedida”, diz Correia.


Local ideal

Segundo o secretário-adjunto da secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana, Vanderlei Mesquita, o atual ponto livre no bairro tem aval técnico. “Um arquiteto da secretaria fez estudo que primasse pela segurança dos frequentadores do local. Não foi simplesmente colocado lá”, explica.

Ele lembra que, antes da colocação do ponto livre, os taxistas ficavam com os veículos no meio da rua, causando transtornos e até acidentes. “O ponto foi colocado devido a problemas de trânsito nas imediações do Clube Susfa. Nós recebíamos várias queixas dos próprios taxistas e também dos moradores através do 0800 da prefeitura. Avaliando os pedidos, resolvemos instalar um ponto no local”, destaca. Porém, o secretário-adjunto esclareceu que sempre existe a possibilidade de reavaliar a posição. “É possível, sim, uma mudança de local, mas, a princípio, esse ponto é o ideal”, finaliza.


Barulho 

O aposentado José Dias, 62 anos, também morador do Dibernardo, reclama do excesso de barulho causado pela movimentação em frente ao condomínio. “Para mim ficou bem difícil, eu moro no apartamento de frente para a rua. Os taxistas formam as filas e depois ficam conversando ou com o volume do rádio alto. Quando um sai, o outro buzina para seguir em frente. Tudo isso deixa a noite bem difícil para todos nós”, expõe. Apesar de apontar os problemas, os moradores dizem que a relação é amigável. “Não tivemos nenhum tipo de desentendimento com os taxistas e não percebemos nenhum tipo de hostilidade por parte deles”, garante Dias.

Já publicitária Laci Grechi, 50 anos, reclama da falta de sossego. “Desde que colocaram o ponto de táxi, falta estacionamento, é muita bagunça, acabam estacionando até em frente à garagem. Dois condomínios foram prejudicados com esse ponto”, critica. “Depois da instalação desse ponto, é só incomodação. Temos que estacionar longe da entrada porque aqui não é mais permitido, principalmente aos domingos. Se eu estiver recebendo visita, às 22h tenho que mandar as pessoas embora porque senão vão ter o carro multado e guinchado. Domingos à tarde então, é caos”, argumenta.


Adaptação

Segundo o presidente do Sinditaxi, Paulo Redante, o objetivo era evitar acidentes e multas. “Três taxistas foram multados antes da colocação do ponto livre, pois ficavam com veículos parados em frente ao clube, por isso solicitamos a colocação”, afirma. Redante é enfático ao falar sobre as reclamações. “Sempre vai ter. Se tirar o ponto do local atual e colocar em outro, também vai haver queixas. Todos precisam ceder um pouco. Existe um clube naquela região, sempre vai ter um pouco de barulho. É uma área central de intensa movimentação”, alega.

O presidente disse ainda que a sugestão dos taxistas era que o ponto estivesse em outra rua. “O nosso ponto era ao lado do clube, mas foi retirado sob alegação que o Susfa necessitava daquele espaço. A nossa sugestão era, então, para que o ponto ficasse na rua Júlio de Castilhos, mas não foi aprovado pelos órgãos competentes. Mas, se a prefeitura achar por bem mudar o local, nós acataremos”, diz Redante.


Tanto faz

“Não foi o clube quem solicitou o ponto de táxi. Hoje, todos têm celulares e também um motorista de confiança, mas quando necessário também chamamos o serviço para os frequentadores”, diz o presidente do Clube Sociedade União São Francisco América (Susfa), Eduardo Belatto. Para ele, o melhor seriam mais vagas para estacionamento. “De certa forma, o clube é indiferente ao ponto. Se acharem por bem, nós poderemos ajudar, sugerir e orientar um outro local”, propôs Belatto.

A possibilidade de voltar a utilizar a rua lateral, segundo o presidente, não é viável. “Pedimos a retirada de lá antes que acontecesse algum acidente mais grave. A rua é movimentada e também é usada pelas equipes técnicas envolvidas nos shows e nos eventos”, alega.

Reportagem: Jonathan Zanotto


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