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“População não deve temer a vacina, e sim a doença que ela busca prevenir”, afirma pediatra

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Pediatra, intensivista pediátrica e neonatologista Simone Caldeira Silva, de Bento Gonçalves, ressalta que discussão com pediatras para avaliar caso a caso é importante, mas estudos comprovam segurança e eficácia

Foto: Divulgação

Bento Gonçalves ampliou a faixa etária de vacinação do público infantil contra a COVID-19 na quarta-feira, 02/02, abrangendo crianças de 05 a 11 anos sem comorbidades. Também seguem sendo imunizados os pequenos da mesma faixa etária com comorbidades. As vacinas aplicadas são a Pfizer e a CoronaVac, únicas autorizadas para as crianças no Brasil. Mesmo com a ampliação do público, a procura continua baixa em Bento Gonçalves, cenário que tem se repetido em diversos municípios brasileiros. Até a quinta-feira, 03/02, dados da prefeitura apontavam 798 crianças imunizadas.

Devido aos receios de pais e responsáveis, a pediatra, intensivista pediátrica e neonatologista Simone Caldeira Silva tranquiliza a comunidade. Segundo a médica, seu posicionamento vai ao encontro da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Infectologia. “Diante dos comentários sobre os riscos decorrentes da imunização de crianças de 5 a 11 anos contra a COVID-19, reiteramos que a população não deve temer a vacina, mas sim a doença que ela busca prevenir, bem como suas complicações, como a COVID de longa duração e a Síndrome Inflamatória Multissistemica com quadros de miocardite e formação de trombos que podem evoluir para quadros neurológicos”, cita.

A pediatra ainda ressalta os números relativos aos óbitos de crianças pela COVID-19 no país, que, conforme dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, já somam mais de 2.500 vítimas. “Esse número é considerado muito significativo quando comparado a outras doenças”, analisa.

Diante da possibilidade de agravamento do quadro em crianças, a pediatra ressalta a importância e segurança da vacina. “Os estudos mostram que ela é eficaz e segura nesse grupo de crianças”, afirma. “Alguns efeitos colaterais podem ocorrer, como eventual febre, mal-estar, dor no corpo e dor no local da aplicação, mas até o momento não foram registrados casos de gravidade”, reitera.

Na última semana a secretaria de Saúde de Bento Gonçalves, juntamente com o Estado, concluiu as investigações quanto à ocorrência de desmaio de uma criança após a vacina da Pfizer. Segundo a prefeitura, foi confirmado que o desmaio “não teve reação ao imunizante da Pfizer/pediátrico. Ou seja, após exames e análise clínica, foi constatado, pelas duas esferas, que a síncope não foi provocada pela vacina”, afirmou em nota. “A secretaria da Saúde reafirma o compromisso com a saúde da população. E que ao ser notificada sobre o caso, realizou o atendimento imediato da criança, com a realização de exames e acompanhamento”, complementou a prefeitura.

Mesmo com as comprovações de eficácia e segurança em todo o mundo, a médica Simone Caldeira Silva acredita que a discussão de pais e responsáveis com pediatras sobre a vacinação contra a COVID-19 é importante, “pois cada criança é única e pode ter alguma contraindicação que deve ser respeitada”, comenta.

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