Por que está faltando lixo?

A separação, destinação e coleta do lixo deixaram de ser apenas um problema ambiental para se tornarem uma questão econômica e social. Destinados da maneira correta, resíduos passam a ser uma fonte geradora de renda. O que para uns é refugo, descarte ou resto, para outros representa o sustento da família. Embora inseridas em diferentes realidades, cada uma das sete associações de recicladores de Bento Gonçalves passa por um momento de dificuldade. A maior reclamação é a falta de matéria-prima – um problema que precisa ser compreendido e solucionado logo, já que no inverno a população produz ainda menos lixo.

Segundo estimativa da presidente a Associação dos Recicladores Jardim Glória, Érica Rosseto, cerca de 60% do material que chega para a entidade é composto por lixo orgânico. “Isso atrasa bastante o trabalho e nos rouba tempo”, atesta. Os bento-gonçalvenses produzem diariamente 85 toneladas de lixo orgânico e 23 toneladas de resíduos recicláveis, conforme dados da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smmam). Do que é enviado às associações de reciclagem, os trabalhadores conseguem dar destino a apenas 200 toneladas por mês. O grande volume de material que não pode ser aproveitado é reflexo da má separação do lixo feita pelos moradores, mesmo após 11 anos de implantação da coleta seletiva em Bento Gonçalves.  

Como se não bastasse o problema da separação incorreta, as associações enfrentam ainda outro problema: o atraso no recebimento dos caminhões da coleta seletiva. “Em praticamente todo o mês de abril, em dias alternados, metade dos 23 recicladores ficou em casa, pois não haveria demanda de trabalho para todos”, reclama Joyce Samira Correia, presidente da Bento Reciclagem, localizada no distrito de São Pedro. O volume menor de material gera reflexos diretos no bolso dos trabalhadores. “A renda, que sempre girou entre R$ 650 e R$ 700, caiu para R$ 450 no último mês” calcula Joyce.

Carina Furlanetto

 

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