Por que não uma sinaleira ou um viaduto?

As obras de construção do chamado Túnel do São João, na BR-470, em Bento Gonçalves, tiveram início ainda em agosto do ano passado e deverão perdurar, pelo menos, até julho deste ano. Diante dos transtornos, principalmente ligados à questão do congestionamento em horários de pico, alguns moradores seguem questionando a escolha de um túnel ao invés de uma intervenção, aparentemente, mais simples, como uma sinaleira. 

O diretor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPURB), Heitor Tartaro, explica que a escolha não foi da prefeitura. “Essa obra foi projetada durante seis anos, juntamente com o DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] e com a PRF [Polícia Rodoviária Federal], que é quem detém controle sobre as rodovias federais”, comenta. Conforme Tartaro, o município apenas está executando a obra porque tem interferência no mobilidade urbana de Bento, mas a construção precisa ser autorizada e fiscalizada pelos órgãos federais. “Então esse projeto foi escolhido pelo DNIT, que está acompanhando milimetricamente. Se precisarmos fazer uma alteração de 1 metro ou 1 grau, precisamos da autorização do DNIT”, complementa. 

Na opinião do órgão federal, a intervenção na modalidade túnel seria melhor, mais rápida, mais funcional e menos custosa para o momento. Questionado sobre a possibilidade de um viaduto, uma das opções citadas pelos moradores, o diretor do IPURB explica que, para isso, seria necessário uma estrutura de sete metros de altura, além de uma grande extensão. “Teríamos que começar a erguer o viaduto lá na 'Dell Anno' [entrada da Linha Eulália], e aí viria estrutura, estrutura e mais estrutura. Iria custar muito mais e iria gerar muito mais transtorno”, explica. “Além disso, para fazer as alças de acesso, teríamos que demolir todo o barranco”, complementa. Outra situação ligada à modalidade viaduto é o relevo do local, devido à pista acidentada. “Um caminhão carregado não conseguiria subir, teria que ser uma inclinação leve”, afirma.  

Já em relação à sinaleira, Tartato pontua que, por se tratar de uma pista simples, esse tipo de sinalização iria dificultar o tráfego no local, gerando congestionamentos e grande tempo de espera. “Iria causar muito transtorno de acordo com a PRF e o DNIT”, comenta. 

Atualmente, o custo da obra está em cerca de R$ 11 milhões, devido a aditivos e readequações relativas ao aumento do aço, principal matéria-prima da construção. 

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