Por um trevo sem mortes

Uma página criada no Facebook está alertando os motoristas para os perigos que correm os usuários de um dos acessos na região sul de Bento Gonçalves, pela RSC-470. Os problemas no local conhecido como trevo do Santa Rita, no quilômetro 217 da rodovia, não são novos, mas, a cada dia que passa, os acidentes naquele trecho têm se tornado mais corriqueiros. Nos últimos dois anos, foram registradas 20 ocorrências no local, que totalizaram 16 feridos. Por enquanto, não houve registro de mortos, segundo dados divulgados pelo Grupo Rodoviário (GRv) de Bento Gonçalves.

Quem está à frente da campanha por meio da rede social é a diretora da Casa do Vidro, Hildegard Tres, 33 anos. A empresa está localizada na rua Antônio Michelon, às margens do cruzamento. Segundo ela, a intenção não é apontar culpados. “Muitas das cenas são de imprudência. Mas a trafegabilidade no local é péssima. Em ambos os lados, os motoristas dirigem em alta velocidade. Com essa campanha, queremos chamar a atenção para o real problema”, explica. Hildegard destaca que a ação tem o objetivo de unir as pessoas em torno da possibilidade de melhorias no local, que beneficiem toda a comunidade.

A empresa instalou uma câmera de monitoramento que registra toda a movimentação que acontece no trevo. Na fanpage intitulada “Por um trevo sem mortes”, é possível assistir diversos vídeos que flagram acidentes e imprudências. “Nós temos 80 funcionários e todos eles de alguma forma passam por este trecho ao menos quatro vezes por dia. Investimos milhões em segurança do trabalho, por isso não podemos deixar que funcionários corram risco de vida no trevo de acesso à empresa”, ressalta Hildegard. “Vários já sofreram acidentes neste local. Felizmente, nada grave até agora. Em apenas uma ocasião tivemos um colaborador ferido. Nos demais, apenas danos materiais. Mesmo assim, é uma questão de probabilidade, como usamos mais o trevo, estamos mais vulneráveis”, completa a diretora.

Segundo Hildegard, é sabido que não é só este trecho que precisa de melhorias, mas é preciso começar a mobilização por algum lado, na tentativa de sensibilizar os órgãos competentes. “Muitos vão falar que é só mais uma manifestação, sabemos que os outros trevos também estão nesta situação, como na Geremia e na Telasul, mas, se pensarmos assim, ninguém vai fazer nada”, aponta. A idealizadora frisa que não está querendo promover um protesto, mas, de alguma forma, alertar para um problema que tende a ficar cada vez pior.

 

Solução

Na opinião da diretora, a solução mais plausível seria a modificação do trevo e a implantação de uma rotatória. “Nós iremos nos deparar com uma série de condições legais, mas queremos saber o que se pode ou não fazer, e até onde nós podemos ir para tentar conquistar algum tipo de mudança. Queremos saber também quanto custariam estas melhorias, para que tenhamos noção das dificuldades”, argumenta.

Agora, o próximo passo será conseguir uma audiência com o Poder Público municipal e com o Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (Daer) para que alguns questionamentos possam ser feitos. “Embora a gente já saiba as respostas, até porque não é a primeira vez que se faz isso, queremos uma posição oficial, formal, para sabermos quais as possibilidades de mudar esta situação”, conclui Hildegard.

 

Reportagem: Jonathan Zanotto

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