Pousada de Porto Alegre não tinha PPCI para operar como hospedagem; 10 pessoas morreram

“Em 2019 houve uma aprovação de projeto para utilização como escritórios, cabendo ao proprietário, à época, executar as medidas de proteção contra incêndio e solicitar a vistoria ao CBM, o que não foi feito”, disse o Corpo de Bombeiros

Pousada de Porto Alegre não tinha PPCI para operar como hospedagem; 10 pessoas morreram
Foto: Dalvani Albarello

A pousada atingida por um incêndio que matou 10 pessoas e deixou outras 15 feridas na madrugada desta sexta-feira, 26/04, em Porto Alegre operava irregularmente. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) do Rio Grande do Sul, o local não tinha Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) protocolado e nem foi emitido o respectivo alvará para atividade residencial.

Em 2019, houve a aprovação de um projeto para utilização do espaço como escritório, não como hospedagem, esclarecem os bombeiros. Conforme a corporação, caberia ao proprietário, à época, executar as medidas necessárias e solicitar a vistoria, o que não teria sido feito.

O local, que é privado, recebia pessoas em situação de vulnerabilidade social e, das 30 que estavam no espaço no momento do incêndio, 16 tinham a estadia custeada pelos cofres públicos. A prefeitura e o dono das pousada afirmam que a pousada estava regularizada.

O proprietário da pousada, André Luis Kologeski da Silva, afirma que o incêndio foi criminoso. “Dois pontos importantes: foi incêndio criminoso, colocaram fogo. Temos a documentação exigida. Toda regularizada. Estaremos providenciando envio à prefeitura”, afirmou.

Nota do Corpo de Bombeiros

“O Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul esclarece, em relação ao incêndio ocorrido na madrugada do dia 26 de abril, na Avenida Farrapos 305, que não foi protocolado Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) nem emitido o respectivo alvará para atividade residencial, pousada ou hotelaria.

Em 2019 houve uma aprovação de projeto para utilização como escritórios, cabendo ao proprietário, à época, executar as medidas de proteção contra incêndio e solicitar a vistoria ao CBM, o que não foi feito.

O Corpo de Bombeiros Militar destaca que toda e qualquer alteração de finalidade do imóvel requer o protocolo de um novo PPCI para que seja analisado. Enquanto não for feito, o empreendimento encontra-se em condição irregular.”

Fonte: g1 RS