Prefeito Diogo Siqueira e os dois anos de mandato em Bento

Eleito em 2020 com mais de 19 mil votos, o chefe do Executivo avalia seus dois anos e fala sobre relações, futuro e uma possível reeleição em 2024

Foto Lucas Marques

Ao final de 2022, o odontólogo por formação Diogo Segabinazzi Siqueira, do partido PSDB, completa dois anos como prefeito de Bento Gonçalves, segunda maior cidade da Serra Gaúcha e que, segundo o IBGE, tem uma população estimada em mais de 123 mil pessoas. Eleito com 30,54% dos votos (19.105) em uma eleição polêmica, na qual a Justiça Eleitoral quase cassou a chapa – formada também pelo vice-prefeito Amarildo Lucatelli (PP) –, Diogo chega a 50% do seu primeiro mandato com fôlego.

Não adepto a polêmicas e com um jeito reservado de ser, o sucessor de Guilherme Pasin (PP) chegou manso. Foi, primeiramente, secretário de Saúde da cidade, mas quis o destino – ou as alianças políticas – que viesse a ser prefeito de uma cidade pequena em estatura, mas que cresce dia após dia, seja em população, em economia, em necessidades de investimentos para um povo trabalhador, apegado às tradições, e que, em boa parte, vê na cidade uma esperança de dias melhores.

Os problemas não sumiram desde 1º de janeiro de 2021, quando assumiu o posto. Eles até se multiplicaram. Mas, com o lema “o simples com excelência”, Siqueira segue seu caminho. Direto da prefeitura de Bento, o SERRANOSSA conversou com o prefeito sobre seus dois anos de mandato. Em uma conversa descontraída, ele falou sobre como se sente, a atuação da primeira-dama Cláudia Remus, a relação com o vice e com a Câmara, o que já foi feito e quais serão os focos do seu governo nos próximos dois anos.

Primeiros dois anos à frente da prefeitura de Bento Gonçalves

DIOGO SIQUEIRA – Olha, eu estou gostando muito […] a gente trabalha bastante aqui, tem um grupo de trabalho que pega junto, que sofre junto. É um trabalho de muita energia, de muita rotina. Gostamos muito de avaliar o que está acontecendo, de ver o que está funcionando, o que a gente está errando, acertando. Mas eu, pessoalmente, estou muito feliz […] estamos conseguindo fazer obras e melhorar serviços também. É um governo de continuidade, de evolução que temos aqui na prefeitura. Muita gente já tem bastante experiência aqui dentro e a gente conseguiu, eu acho, colocar um lado mais […] voltado para a população mesmo. Nas pequenas coisas, fazer com que a população entenda que a gente tem que cuidar das ruas, ter uma saúde de qualidade, uma educação de qualidade, e nesses pequenos detalhes conseguimos provar para a população que é possível fazer obras maiores também. Então, a gente precisa, primeiro, é fazer o dever de casa, o simples com qualidade, com excelência. E aí, um pouco por vez, ir avançando em várias áreas também, mas pessoalmente estou muito feliz, otimista com Bento Gonçalves. Acho que estamos no melhor momento da história da cidade. A gente está num crescimento muito sustentável, a cidade está muito bem organizada nos setores e a prefeitura está caminhando junto com este crescimento.

Mutirão nos bairros

DS – Eu sou fã desse trabalho […]. No início, a gente tinha certo receio que talvez o pessoal dissesse: ‘Bah, mas sábado de manhã cedo tem que estar trabalhando’. Mas aos poucos fomos vendo que com aquele trabalho de chegar aos bairros com uma equipe, a gente conseguia muita coisa no mesmo dia. E no sábado tem uma vantagem: encontrar a população em casa. Porque durante a semana o pessoal está trabalhando, então eles não veem a prefeitura trabalhar durante a semana como poderiam ver nos mutirões no fim de semana. E nesses sábados a gente consegue conversar diretamente com cada cidadão que está nesse bairro e cada bairro tem uma realidade diferente. Cada bairro é um mundo próprio. Então as prioridades, por exemplo, do Centro são diferentes das do São João. A prioridade do Centro é diferente da do Zatt. O Zatt tem uma prioridade diferente da do Ouro Verde, que fica ao lado, e cada bairro tem o seu mundo e a gente tem que entender isso. E nessas idas a cada sábado, a gente consegue resolver desde capina, pintura de meio-fio, troca de lâmpada, melhoria de calçamento, remoção de entulho, castração de animais, é um monte de coisa que a gente faz e dá um baita resultado […] e é aí que entram as críticas, sugestões, elogios e a gente fica sabendo exatamente do que aquele bairro precisa […] Tem que ser feito um trabalho muito forte de zeladoria. A zeladoria tem que estar funcionando em todos os locais.

Foto Júlia Milani

Atuação da primeira-dama

DS – A atuação da primeira-dama, Cláudia Remus, é fundamental. Ela dá essa visão, esse toque feminino. Ela me traz as críticas também. Ela dá sugestões, ela se engaja nesse trabalho da Campanha do Agasalho, na questão de qualificação de jovens, de tentar inserir jovens no mercado de trabalho. Não na prefeitura, mas no mercado de trabalho. Ela busca palestras com empresários para convencer a gurizada que é importante tentar se esforçar mais, tentar ingressar em uma universidade, tentar buscar os melhores empregos também. Então com esse trabalho dela, ela acaba complementando e está sempre junto também. Ela acaba participando de todas as ações, de um jeito ou de outro, e é uma baita parceira que eu tenho porque tem uma sensibilidade muito grande. Então, muitas vezes, eu vejo que a gente está acertando e ela acaba me dando um ‘pitaco’, quando eu vejo que a gente está errando ela me fala também […] ela é uma das minhas conselheiras. Eu tenho vários conselheiros, mas ela é uma das mais importantes.

Parceria com o vice Amarildo

DS – Ele é meu parceiro de todos os dias e a gente conversa de manhã, de tarde e de noite. E aqui a gente tem uma relação muito próxima e de muita abertura. Ele tem um papel ativo na prefeitura. Ele não é o vice-prefeito tradicional, aquela coisa de antigamente que o vice-prefeito somente entrava no lugar do prefeito nas férias ou quando ele viajava. Ele está tendo uma atuação muito pró-ativa. Ele também tem esse lado de fazer o simples bem feito, de tentar fazer o serviço do dia a dia, então a gente casou muito bem isso. A zeladoria da cidade tem muito o papel dele […] Ele tem muitos pontos fortes que acabam complementando algumas limitações minhas e da mesma forma eu complemento algumas dele também. Então a gente acabou se encaixando muito bem e é um parceiro que eu chamo de irmão. Não é meu vice-prefeito, é um irmão que eu tenho aqui na prefeitura. Muita confiança e trabalho aberto para a gente estar junto.

Relação com a Câmara

DS – A relação com a Câmara é de muito respeito e de equivalência de poderes. Eu defendo muito isso. A gente tem que ter autonomia na Câmara de Vereadores. Não gosto de, tradicionalmente, o Executivo ter de chancelar os vereadores. Eu acho que a gente tem que ter essa autonomia, a liberdade de cada vereador, independentemente de partido, mas tem que haver muito diálogo, muita conversa entre vereadores e Executivo, e esse trabalho deve ser rotineiro. Eu tenho uma reunião semanal com o presidente da Câmara [Rafael Pasqualotto (PP)] aqui no gabinete […] A gente não teve nenhuma rejeição de projeto, conseguimos aprovar todos os projetos, mas todos eles a gente organiza antes, então nós vemos o que vai dar certo, o que não vai dar certo. O presidente me diz ‘Diogo, eu acho que isso aqui não vai ter base, isso aqui vamos segurar um pouco’, os vereadores têm a velocidade deles também. Cada um sabe o que é mais prioritário. Esse diálogo tem que ser rotineiro e tem que ser transparente. Então acho que a grande qualidade que tem a relação entre Legislativo e Executivo é essa conversa aberta e transparente e de muito respeito um pelo outro. A gente tem esse respeito de entender que são poderes diferentes, distintos, cada um tem a sua função, mas a gente precisa se respeitar nesse dia a dia. E entre os vereadores, a gente tem uma base que entrou junto com o governo, mas, hoje, eu vejo que temos uma base muito maior, uma base muito mais de complementação. A gente acaba um ajudando ao outro e a gente escuta as prioridades.

Foto Lucas Marques

Governo Leite 2.0

DS – Eu gosto do Eduardo Leite, acho que ele é um baita de um gestor, muito bom. Teve os erros dele de condução de governo. Isso aconteceu, como acontece comigo e vai acontecer com qualquer um, por melhor que seja a intenção, sempre vai haver algumas situações que não vão agradar a maior parte da população e pode acontecer com qualquer um. Mas eu acho que ele tem toda condição de fazer um baita governo. Ele é um gestor experiente já, tem visão de governo, tem uma visão de estado muito boa, mas também tenho minhas críticas. Eu acho que a Serra [Gaúcha] precisa ter uma atenção maior do que teve nesses últimos quatro anos e isso eu falo tranquilamente. Eu acho que a gente ficou um pouco deixado de lado e não é questão da gente ter convênio. As prefeituras ganharam convênio do estado, teve o programa Avançar, mas a gente tem que ter uma visão estratégica de governo para melhorar a região como um todo. Isso tem que acontecer. E o governo tem que começar a olhar a nossa região, que é a maior arrecadadora de impostos, é a região que mais se desenvolve, tem que ter esse olhar diferenciado. A gente está sendo a locomotiva do estado, então tem que ter essa visão um pouco mais forte do estado também […] A impressão que eu tenho, e isso é uma visão pessoal minha, é que parece que o governo do estado sempre olha a gente como se a gente conseguisse se virar sempre. Então, tem um problema na Polícia Civil, tem um problema na Brigada, a prefeitura vai lá e ajuda a fazer o investimento. A comunidade se organiza no Consepro, os empresários se organizam, juntam dinheiro e fazem o investimento. Então a gente sempre deu um jeito, sempre conseguimos dar o nosso jeito como cidade, como sociedade, só que chega uma hora que cansa. A gente vê tantas regiões ganhando obras importantes e gente está arrecadando boa parte desse recurso. Por que não está vindo pra nós? É uma crítica que eu tenho sempre ao governo do estado e eu acho que a gente vai ganhar força agora, principalmente, tendo um deputado lá dentro, que vai fazer essa visão nossa entrar dentro do governo também.

Futuro de Bento

DS – A gente tem que avançar ainda na questão do nosso hospital. Estamos em obras no hospital. Estamos reformando todo o [Hospital] Galassi, está ficando muito bonito lá dentro, uma qualidade muito maior. São questões que eu vejo como uma prioridade do município. A gente tem que ter uma saúde SUS mais robusta, mais estável também, e isso é uma coisa que a gente vai ter que avançar nos próximos dois anos. E muito também é a questão de infraestrutura de mobilidade urbana. Acho que esse é um ponto que a gente já começou a avançar na recuperação de asfaltos que a gente tinha. Investimos muito fortemente nisso, de tentar recuperar aquela malha que a gente tinha, que já estava há muito tempo se desgastando. Foi feito um trabalho já forte com isso. E o que a gente vai ter que fazer é uma melhoria agora da questão de mobilidade interligando bairros. Pegar obras que são estruturantes para a cidade e que facilitem o nosso fluxo de carros. A cidade está crescendo, a malha viária da nossa estrutura é antiga, nosso relevo não facilita em nada e com isso tudo a gente não consegue abrir novas vias para dentro do Centro. O que eu tenho que fazer é tentar melhorar esse acesso, abrir novas rotas de fuga para que a gente consiga facilitar essa mobilidade toda. Então, o que eu tenho nos próximos dois anos é um trabalho de planejamento que vai resultar em obras e asfaltamento no interior […] pensando no turismo e nos produtores rurais, esse é o foco que a gente está tendo no interior. E, ao mesmo tempo, na cidade vai ter bastante via urbana sendo asfaltada para facilitar o acesso […] É mobilidade, é melhorar a educação agora, que sofreu muito na pandemia [de COVID-19]. A gente teve um baque muito grande aqui em Bento, como todo o Brasil, como o mundo inteiro, e agora é tentar reestruturar e com rapidez […] Eu digo, a gente vai passar pela maior mudança de gestão pública, que vai acontecer nesse momento agora […] nesses próximos quatro anos vai ter muita mudança. Quem não inovar, quem não for rápido, vai comprometer o futuro das cidades […] a prefeitura que não fizer isso vai impactar as cidades para os próximos 20 anos e vai ter muita prefeitura que não vai fazer, por medo, ou por não ter base de vereadores. Quem não voar na educação também, quem não conseguir recuperar esse tempo perdido que a gente teve, e foi um tempo perdido. A gente perdeu muito na pandemia e a gente só avalia depois que volta ao normal. Então isso vai impactar muito também as próximas gerações, e as cidades que não fizerem esse trabalho focado na educação vão penar também.

Reeleição

DS – A gente sempre fala a mesma coisa aqui: é trabalhar todo dia. Baixar a cabeça e trabalhar. Se a gente conseguir fazer um governo que a população entenda que ele resolve os problemas do cidadão, que ele é correto, que ele tem uma lógica do que está sendo feito, eu acho que vamos ter todas as condições [de se reeleger] lá na frente. Mas não é um trabalho de agora pensando lá na frente. Temos que trabalhar todos os dias.

Foto Lucas Marques

Eleições 2022

DS: Eu votei no Eduardo Leite. O governo de Bento teve muita proximidade com o governo estadual, mas o momento da eleição de governador e presidente, a majoritária, a gente tinha algo para fazer por Bento Gonçalves. Esse foi o grande cuidado que a gente teve. A gente tinha um candidato que tinha chances de se eleger, que foi o [Guillherme] Pasin, então, o que eu tive que fazer: como prefeito, eu não podia acabar confundindo o nosso grupo político e qual foi a minha postura fora do horário de expediente, qual que era? Eu tinha que ter o Pasin como meu parceiro e o Pasin tinha o governador dele, ele tinha o [Luis Carlos] Heinze como governador. O meu partido não é o mesmo do Pasin, só que eu tomei essa decisão contra o meu partido, meu partido estadual, para ter um candidato nosso de Bento Gonçalves, acima da questão partidária.

DS: Se eu fosse ficar puxando para um ou para outro, isso poderia ser confundido. Então eu tive que colocar todas as fichas agora no Pasin, essa foi a minha postura, uma questão de lealdade também com o Pasin, uma questão de lealdade com Bento Gonçalves. A gente está 30 anos sem eleger um deputado, 30 anos, uma cidade com 120 mil habitantes, quase 130 mil, a gente não consegue colocar um deputado […] então será que a gente não está tentando apostar em tudo em tudo que é lugar. Tentar colocar deputado estadual, federal, governador, senador e não consegue nada […] Qual é o trabalho inicial? Vamos fazer um crescimento de escada. Qual é o primeiro ponto que a gente tem que fazer? É um deputado estadual, então antes de eleger um governo, e com muita tranquilidade eu digo, para Bento Gonçalves, hoje, é muito mais importante ter um deputado do que ver quem foi o governado escolhido pela população do estado inteiro. Eu não posso ficar mais dois anos agora brigando para conseguir conversar com o governador. Eu tenho que ter um deputado que seja ouvido lá no governo estadual e agora com o Pasin, e não importa o governador, eu acho que ele teria essa postura também de entendimento depois. Eu imagino que vá haver um alinhamento depois do deputado estadual Pasin com o governo do estado e para Bento Gonçalves, eu acho que a gente está muito melhor agora com deputado do que a gente estava antes e ainda sim vou ter um governador partidário […] Eu arranjei muita briga por causa disso [não fazer campanha para Leite], porque o pessoal queria que eu fizesse, não tenho medo de dizer isso, tem que ser muito transparente nessa situação. O partido [PSDB] gostaria que eu fizesse uma campanha aberta, direta, todo dia, todo dia, e eu acho que a função não era essa agora. A função era dar um passo para trás e eleger o deputado.

A eleição de Guilherme Pasin como deputado estadual

DS: Ele era o único que tinha chances de ganhar. Eu acho que ele sendo oito anos prefeito, é jovem, tem experiência política, tem experiência de gestão, tem uma boa abertura política no estado, consegue se relacionar muito bem com todo mundo. Fez um bom governo. A gente foi reconduzido ao governo, como um governo de continuidade. Então ele tinha toda a chance para ganhar e tinha vontade de ser deputado. Ele queria ser deputado. Muitas vezes é uma questão de acordo político para fazer nome, para compor um número de deputados, e ele não, ele queria ser deputado mesmo. Então acho que esse é o primeiro ponto. E, além disso, eu tenho uma relação de amizade. Trabalhei com ele, a gente tem uma amizade pessoal e, para nós como governo, vai facilitar muito. E, obviamente, é pensando como cidade. Falta agora a gente criar oportunidade para ter deputado federal, acho que é o próximo passo. Isso teve um questionamento muito grande ‘Tá mas como é que vai ser feito agora? Só deputado estadual?’. Vamos focar só em deputado estadual, como governo a gente tinha que fazer isso aí. E óbvio que no momento em que se consegue u degrau desses, tem que avançar. Acho que Bento está num caminho correto nesse crescimento político também. Já temos empresas gigantescas aqui, a gente já tem uma população trabalhadora, temos um IDH muito bom e faltava essa lacuna política para nós e acho que agora a gente começa a preencher.

Foto Júlia Milani

Bento e Lula

DS: A gente imaginava seria mantido um governo, uma linha que estava acontecendo. Sei que muita gente tinha criticas ao presidente Bolsonaro, mas, de uma maneira geral, a gente estava numa linha que estava havendo um crescimento do Brasil. E para as prefeituras, a gente estava tendo uma estabilidade. Eu falo agora como gestor de uma prefeitura. A gente tinha uma previsão do que estava acontecendo. A gente sabia o que ia entrar de recurso. A gente sabia quais eram os programas federais que seriam priorizados. A gente sabia o que estava acontecendo na saúde, de como é que a gente conseguia buscar mais recursos na saúde. Então tinha muita coisa e pragmática ali dentro que estava dando resultado. Então esse é um receio que eu tenho hoje, que possa ter uma descontinuidade agora e  isso, obviamente, vamos ter que ser muito rápidos para se adaptar ao novo governo. Mas, de uma maneira geral, a gente tem que ter otimismo para que o governo consiga ser sério e que consiga manter o Brasil crescendo também, acho que esse é o ponto. Mas, vamos ter que conversar com o governo federal. A gente tem que defender Bento Gonçalves, a gente tem que defender a nossa região, e a gente vai precisar se relacionar com o governo do estado e também com o governo federal. Então tem que ser uma linha muito pragmática. A gente precisa dos deputados, de deputado estadual, de deputado federal e a gente também vai precisar de um governo Executivo federal para que trabalhe para Bento Gonçalves.

Diálogo com governo Lula

DS: Tem que ter muito tato […] houve uma eleição polarizada. Ainda tem os ânimos à flor da pele, então tem que ter muito tato. Mas eu vou precisar conversar com o DNIT. Eu vou precisar conversar com o Ministério da Saúde, com o Ministério da Educação. Esse trabalho a gente vai ter que continuar fazendo. Isso independe da minha linha política, da minha ideologia e do governo federal. Tem que ser pragmático. Eu vou precisar do governo federal. Não é porque não gosto da ideologia, a gente vai ter que conversar, não adianta. Obviamente, tem que ter esse tato depois para ver como é que vai ser. Vai mudar muita coisa. Provavelmente vai mudar essa visão de governo federal com a região Sul do Brasil. Não sei estou, estou aqui ponderando. Então, a gente tem que ter tato.