Prefeitura de Monte Belo do Sul emite nota sobre qualidade da água

Um Trabalho de Conclusão do curso de Engenharia Química da Escola de Saúde Pública da Secretaria Estadual da Saúde apontou traços de agrotóxicos além do permitido pela legislação na água de quatro municípios gaúchos. Entre eles, está Monte Belo do Sul, cuja prefeitura emitiu nota de esclarecimento após a divulgação do resultado.

A pesquisa foi feita pela aluna da Residência Integrada em Saúde (RIS) Juliane Rubbo. Durante o levantamento, foram detectados traços de agrotóxicos em cinco amostras de água de quatro municípios – o estudo apontou que, além de Monte Belo do Sul, Venâncio Aires, Lagoa Vermelha e Frederico Westphalen também estavam fora dos padrões. No total, foram analisadas 1.600 amostras de mais de 300 municípios do Estado. Os municípios estudados têm os fornecimentos de água operados por uma concessionária ou autarquia municipal e os dados referem-se ao ano de 2016.

Segundo a prefeitura, a análise da água de dois sistemas de abastecimento realizada no segundo semestre de 2016 apontou a presença da substância glifosato em quantidade acima do permitido, fato que não foi relatado pela administração anterior. Além disso, em todas as análises realizadas em 2017, o resultado foi dentro dos padrões, o que indica que a alteração na análise da água foi um fato pontual e que não se repetiu. A nota informa ainda que é feito o acompanhamento e análise mensal da qualidade da água através de uma empresa especializada e que a administração tem adotado todas as medidas e precauções para garantir a qualidade da água distribuída à população e a conscientização quanto à correta aplicação dos defensivos agrícolas.

 

Confira a nota na íntegra:

Para a pesquisadora, a divulgação deste trabalho é importante no sentido de alertar a população sobre as consequências à saúde humana do uso dos agrotóxicos e de sensibilizar gestores e profissionais da saúde para esse problema. “A Vigilância em Saúde está atenta e a divulgação destes dados vai ao encontro do direito da população de saber sobre a qualidade da água que consome", conclui Juliane. O consumo de agrotóxicos está ligado a diversos problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e câncer.

"O fato de termos encontrado detecções acima do máximo permitido em amostras de água para consumo humano serve de alerta para um possível uso abusivo. Esse problema requer ações interinstitucionais, desde a consciência do usuário até o controle e a regulação do comércio e uso de agrotóxicos", explica o orientador do trabalho e Especialista em Saúde da SES, Luciano Zini. "A partir desses dados, podemos, por exemplo, solicitar que se amplie a frequência das análises que são realizadas ou mesmo exigir do responsável pelo abastecimento de água que realize tratamento avançado para remoção de contaminantes, se for o caso", conclui. Além disso, as informações subsidiam o planejamento de análises de vigilância de agrotóxicos, com previsão de 200 amostras no ano de 2018, estrategicamente distribuídas pelos municípios do estado.