Prejuízo dos Correios dispara e chega a R$ 4,3 bilhões no 1º semestre de 2025

O prejuízo dos Correios, segundo a estatal, vem do aumento de despesas, da queda de receitas e do impacto da “taxa das blusinhas”

Prejuízo dos Correios dispara e chega a R$ 4,3 bilhões no 1º semestre de 2025.
Correios: prejuízo já alcançou R$ 4,37 bilhões apenas em 2025. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O prejuízo dos Correios no primeiro semestre de 2025 alcançou R$ 4,37 bilhões, valor assustador, e três vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2024, quando o déficit havia sido de R$ 1,35 bilhão. O resumo desse desastre: Correios arrecada menos, e gasta cada vez mais.

Correios no governo Lula

  • Em 2023, prejuízo de R$ 596 milhões.
  • Em 2024, prejuízo de R$ 2,59 bilhões.
  • Em 2025, em apenas seis meses, prejuízo de R$ 4,37 bilhões.

Entre janeiro e junho de 2025, a empresa arrecadou R$ 8,18 bilhões, contra R$ 9,28 bilhões em 2024. Ao mesmo tempo, as despesas administrativas cresceram de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,4 bilhões.

De acordo com a estatal, os gastos aumentaram principalmente devido ao reajuste salarial de mais de 55 mil funcionários e ao avanço das despesas com precatórios. As despesas financeiras também explodiram, passando de R$ 3 milhões para R$ 673 milhões.

Segundo os Correios, a retração no segmento internacional também afeta os resultados. A chamada “taxa das blusinhas” — em vigor desde 1º de agosto de 2024 e que impõe 20% de Imposto de Importação sobre compras de até US$ 50 — teria reduzido o volume de encomendas internacionais. Com isso, a receita de encomendas internacionais despencou: caiu de R$ 2,1 bilhões no primeiro semestre de 2024 para apenas R$ 815 milhões em 2025.

A empresa anunciou medidas “emergenciais”, como a venda de imóveis, a criação de um programa de demissão voluntária, o lançamento de um marketplace próprio e a busca por financiamento de R$ 4 bilhões no Novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos Brics. Esse crédito, com prazo de 240 meses e carência de 60 meses, seria destinado à modernização das operações, à ampliação da logística e à automação de processos.

Apesar da turbulência, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, segue no comando. Mesmo após entregar carta de demissão em julho, ele atendeu a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e permanece no cargo.

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