A divulgação das medidas para aumentar a competitividade das empresas nacionais feita pelo Governo Federal na última semana tornou a vinda do presidente do Sistema Fiergs/Ciergs, Heitor José Müller, a Bento ainda mais pertinente aos olhos do CIC/BG. Nessa segunda, dia 9, a entidade promoveu um encontro de Müller com lideranças empresariais do município para discutir o período vivido pelas indústrias gaúchas. Após, o presidente da Fiergs palestrou para mais de 150 empresários. As propostas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff ocuparam a maior parte da pauta nos dois momentos.
Defendendo a união das entidades num esforço conjunto para superar inúmeros desafios, Heitor Müller apontou três grandes problemas a serem superados no ano pela indústria gaúcha: a crise na zona do euro que limita o mercado brasileiro, dificultando o acesso da indústria nacional aqueles consumidores; o próprio contexto nacional que vive um período de desindustrialização – ele prefere chamar de “choque” de industrialização – e os efeitos da estiagem no Estado. “Com menos grãos é menos dinheiro irrigando nosso Estado”, destacou.
Outro ponto exaltado por Müller foi a enxurrada de produtos importados com baixo valor no mercado, o que vem desacelerando a produção interna. “O Brasil nunca viu tantos produtos de fora. Estamos vivendo numa verdadeira feira livre de importados e a culpa não é da China, é sim resultado de políticas sociais criadas no ocidente”, afirmou. Segundo ele, a Fiergs está atuando junto ao Governo Federal cobrando medidas capazes de aumentar a defesa comercial.
Quanto ao pedido de salvaguarda formalizado pelo setor vitivinícola, o presidente da Fiergs disse que essa foi uma medida concreta de tentativa de proteger os vinhos do Brasil. “Não somos contrários aos importados, porém defendemos igualdade de condições”, ressaltou. O empresário salientou, ainda, a conquista da isenção do IPI sobre os móveis, e disse que ficou surpreso com o pacote de medidas anunciado pelo governo. “Houve o reconhecimento de que a indústria nacional é estratégica para o Brasil. Sabemos que isso não vai resolver o problema, mas existe boa vontade. Provavelmente, novos ajustes serão necessários, mas um importante passo foi dado”, comemorou.
O CIC/BG agora trabalha na formatação da próxima palestra-almoço no mês de maio, que terá como convidado especial o presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Postal.
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