Presídio: direção nega surto de tuberculose

A contaminação de apenados por tuberculose era um dos apontamentos constantes no pedido de interdição do Presídio Estadual de Bento Gonçalves feito pelo Ministério Público (MP). A direção da penitenciária, no entanto, nega a informação de que haja um surto da doença entre os detentos. A justificativa relacionada à saúde engrossou uma longa lista de motivos apresentados pelo MP para o fechamento da prisão, entre os quais superlotação, ausência de condições necessárias para regular execução da pena e riscos eminentes de fugas e rebeliões.

Segundo trecho do documento assinado pelo MP, baseado em um relatório da Vigilância Sanitária de Bento Gonçalves, desde outubro do ano passado, dezenas de casos de tuberculose estão sendo investigados. A situação colocaria em risco tanto os demais presos quanto os servidores da Susepe, já que não existe cela de isolamento ou enfermaria para abrigar os detentos contaminados. “No ano passado três presos contraíram a doença. Eles ficaram temporariamente isolados, aqui mesmo no presídio, até serem encaminhados para o hospital Vila Nova, em Porto Alegre. Depois da internação, eles retornaram e continuaram o tratamento na prisão. Os detentos que cumpriam pena na mesma cela foram submetidos a exames e seguiram sendo monitorados, assim como os demais apenados, mas não houve novos registros”, garante Zago. Outro ponto divergente em relação ao relatório diz respeito à estrutura. Enquanto o relatório do MP aponta não haver local específico para isolamento, o diretor esclarece que existem duas celas próprias para esse fim, as quais estão ocupadas no momento. Apesar disso, o diretor garante que, em caso de incidência de doenças contagiosas, como a tuberculose, é feita a realocação dos ocupantes dessas celas e procedido o isolamento.

Em relação à falta de higiene observada nas instalações, Zago reconhece o problema, mas diz que, dentro do possível, é feita uma limpeza constante. “As celas são limpas todos os dias pelos próprios apenados e recebemos produtos de limpeza enviados pela Susepe mensalmente. A cada 30 dias também ocorre uma dedetização do espaço. Nossa ideia agora é contratar uma empresa especializada para realizar os trabalhos”, anuncia. Zago ainda relata que o Conselho da Comunidade das Execuções Penais faz a doação periódica de produtos para higiene pessoal dos detentos e que, no final do mês passado, todos os apenados receberam a vacina contra a gripe A.

Consultório

Outro anúncio feito pelo diretor é de que em breve a penitenciária deverá ter um consultório médico. O espaço ainda necessita de melhorias e, conforme Zago, um técnico já foi solicitado para realizar o levantamento do material necessário. O atendimento será feito, inicialmente, por um dentista do 6º Batalhão de Comunicações (6º BCom).

Reportagem: Katiane Cardoso


É proibida a reprodução, total ou parcial, do texto e de todo o conteúdo sem autorização expressa do Grupo SERRANOSSA.

Siga o SERRANOSSA!

Twitter: @SERRANOSSA

Facebook: Grupo SERRANOSSA

O SERRANOSSA não se responsabiliza pelas opiniões expressadas nos comentários publicados no portal.

Enviar pelo WhatsApp:
VER MAIS NOTÍCIAS