Presídio passa por inspeção após motim

Na tarde da última sexta-feira, dia 28, o Presídio Estadual de Bento Gonçalves passou por vistória da corregedoria da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), para avaliar os danos causados pelo motim ocorrido na quinta-feira. A vistoria contou com a presença de representantes do Judiciário e do Ministério Público, como ocorre mensalmente.

Durante a vistoria, a juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo, titular da 1ª Vara Criminal e da Vara de Execuções Criminais de Bento Gonçalves, e o promotor do Ministério Público, Gílson Borguedulff Medeiros, conversaram com os presos para explicar suas situações penais, tirar dúvidas e procurar compreender o que os levou a provocar o tumulto no dia anterior. A juíza ainda explicou que somente não compareceu ao presídio durante o tumulto por ter sido aconselhada pela própria Susepe, que indicou a visita somente após o controle da situação. “Quando fiquei sabendo do que estava acontecendo, liguei para o presídio e questionei se deveria ir até lá. Fui orientada pelos agentes a não me deslocar. Eles também disseram que os detenos não estavam solicitando a presença da juíza. Continuei mantendo contato com a administração e coloquei-me à disposição para quando fosse necessário”, explicou.

Referente ao pedido de agilidade nos processos, que teria sido um dos motivos para o motim, Fernanda relata que muitos dos detentos não aceitam ou não compreendem a decisão da Justiça referente à pena. Para Medeiros, o motim foi injusto levando-se em conta todos os benefícios que os apenados possuem dentro do presídio, como estudo, trabalho e grupo de acompanhamento para dependentes químicos, entre outros. “Quem não gosta do sistema do presídio, não deve cometer delito, para não acabar preso”, enfatizou.  Ele ainda acrescentou que a superlotação precisa ser resolvida, mas não justifica o caos que foi promovido.

Reparos

Após os danos causados nas celas, o dia foi de manutenção na penitenciária. Camas, colchões, cobertores, roupas e material de construção foram retirados das seis celas danificadas e os próprios presos estão realizando o conserto do que foi estragado. Conforme o diretor do presídio, Volnei Zago, durante a revista não foram localizadas entorpecentes ou celulares, apenas pedaços de camas que estavam sendo utilizados como armas. Os detentos ainda danificaram os canos de água, causando alagamento em parte do presídio. 

Reportagem: Katiane Cardoso

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