O homem acusado de ter assassinado Márcia Lazaron Brandão, de 34 anos, e a mãe dela, Justina Inês Lazaron Brandão, de 51, na manhã do último sábado, dia 5, em Garibaldi, foi preso pela Polícia Civil por volta do meio-dia desta quarta-feira, dia 9. Ele estava escondido em um carro estacionado no pátio abandonado de uma oficina no bairro Triângulo, em Carlos Barbosa. A prisão preventiva dele havia sido decretada pelo juiz Gerson Martins da Silva na segunda-feira, dia 8.
O delegado titular da Delegacia de Garibaldi, Clóvis Rodrigues de Souza, concedeu entrevista coletiva durante a tarde e deu detalhes sobre o crime e sobre a operação que resultou na captura dele. Segundo Souza, o acusado, Sérgio Siqueira, de 40 anos, confessou ter matado a ex-esposa por várias motivações, a principal delas uma suposta traição. “Márcia foi morta por um sem número de facadas sem a mínima chance de defesa”, confirmou. A cena foi presenciada pelos filhos do casal e por outras pessoas que estavam na casa, que pertencia à Justina e o marido. Ele disse, no entanto, que Siqueira alega não recordar de ter matado a sogra. “Ele disse que não lembra, mas, nas palavras dele: ‘se ela está morta como vocês dizem, provavelmente fui eu que matei’”, informou o delegado, acrescentando que o acusado havia ingerido bebida alcoólica e fumado maconha antes do assassinato.
Souza reiterou ainda que a atitude da Brigada Militar, de ter retirado Márcia e os filhos de casa logo após Siqueira ter arrombado a porta e feito ameaças – cerca de 5 horas antes do crime -, foi dentro do padrão e que não teria sido a primeira vez que a família era deslocada para a residência dos pais de Márcia temendo a violência. “Ele alega que encontrou o portão aberto. Ao perguntar para a ex-sogra sobre Márcia, ela teria mentido, dizendo que a filha não estava na casa. Ele contou que então pegou a faca e a ameaçou de morte, obrigando-a a admitir que a ex-companheira estava em um dos quartos, no piso inferior. Em depoimento, ele disse ter entrado no dormitório, onde Márcia dormia com as duas filhas menores, a encurralado em um canto e desferido os golpes, na frente das crianças. Mesmo as tentativas do outro filho do casal, um adolescente, e do pai de Márcia não foram suficientes para detê-lo”, descreveu. Justina foi esfaqueada no peito e morreu a caminho do hospital.
Segundo o delegado, depois do assassinato Siqueira se escondeu em um matagal, onde permaneceu até domingo se alimentando de laranjas. Ele ainda teria voltado para a casa em que morava com a ex-esposa, no bairro Bela Vista 2, para apanhar roupas. A prisão ocorreu após um esforço conjunto entre a Polícia Civil de Garibaldi, Carlos Barbosa e Bento Gonçalves, com apoio da BM. “Montamos uma operação meticulosa, quase cirúrgica, sem possibilidade de que ele reagisse uma vez que sabíamos que se trata de uma pessoa violenta e que provavelmente estava armada com uma faca. O esquema foi muito bem montado, já que tínhamos diversos paradeiros possíveis em várias cidades e conseguimos fechar o cerco”, contou.
Souza pretende concluir o inquérito por duplo homicídio qualificado em um prazo estimado de 30 dias. Siqueira será conduzido ao Presídio Estadual de Bento Gonçalves e, provavelmente, encaminhado a outra penitenciária em virtude da interdição da estrutura da penitenciária. O delegado também confirmou que o acusado tem antecedentes e condenações por outros crimes, o mais recente relacionado à Lei Maria da Penha, pelo qual foi preso quando era detento do regime semiaberto em função de outra ocorrência. Ele havia sido libertado no dia 2 de maio, em virtude de um Habeas Corpus.
Reportagem: Greice Scotton
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