Pressão 12 por 8 não é mais ideal
Pressão de 12 por 8 deixa de ser ideal: cardiologista do Tacchini esclarece o que muda com a nova diretriz

A Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Sociedade Brasileira de Nefrologia e a Sociedade Brasileira de Hipertensão anunciaram, no último mês, mudanças nas diretrizes de classificação da pressão arterial. Desde setembro, a pressão de 12 por 8, antes vista como o “padrão ideal”, passou a ser considerada um sinal de alerta.
Segundo a nova diretriz, esse valor indica pré-hipertensão, o que significa que quem apresenta essa medida deve reforçar os cuidados com a saúde. Até pouco tempo, o 12 por 8 era classificado como “pressão normal”, mas novos estudos mostraram que, mesmo dentro dessa faixa, o corpo já pode sentir os primeiros efeitos da pressão elevada.
Diante dessas evidências, as sociedades médicas decidiram adotar um olhar mais preventivo. O objetivo é agir antes que a pressão aumente ainda mais, reduzindo o risco de complicações que muitas vezes aparecem de forma silenciosa.
De acordo com o cardiologista do Hospital Tacchini, Dr. Giovanni Zattera Sganzerla, a nova forma de classificação serve como um alerta para que as pessoas cuidem mais cedo dos hábitos.
“A mudança é importante porque coloca o foco na prevenção. Se conseguirmos que as pessoas melhorem a alimentação, tenham uma boa qualidade de sono, mantenham o peso adequado, pratiquem atividade física regular e evitem o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, aumentam muito as chances de evitar que essa pressão no limite traga consequências clínicas”, explica o Dr. Giovanni Zattera Sganzerla.
Os perigos da hipertensão
A hipertensão é uma doença que geralmente não apresenta sintomas visíveis nos primeiros meses ou anos. Quando os sinais surgem, as complicações já podem ser graves.
A pressão alta por longos períodos afeta diversos órgãos. O coração é um dos primeiros a sofrer, ficando sobrecarregado e mais vulnerável a infartos e insuficiência cardíaca. O cérebro também corre riscos, pois a hipertensão favorece o acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, os rins podem perder a capacidade de filtrar o sangue corretamente, e a visão pode ser prejudicada por alterações nos vasos da retina.
Remédio? Ainda não
Dr. Giovanni explica que quem tem pressão 12 por 8 não precisa iniciar tratamento com remédios imediatamente. O primeiro passo, segundo ele, é mudar o estilo de vida.
O cardiologista do Hospital Tacchini Bento Gonçalves reforça que manter a pressão no limite por muito tempo pode causar danos. Por isso, a avaliação global do paciente é essencial para garantir que todos os fatores de risco estejam controlados.
Com a nova diretriz, o valor considerado pressão normal é abaixo de 12 por 8 (120/80mmHg). Já os valores entre 120-139/80-89mmHg são classificados como pré-hipertensão. Isso significa que quem está no limite precisa redobrar os cuidados para manter a saúde estável.
“O problema é que os danos não aparecem de imediato, mas se acumulam e, lá na frente, podem se manifestar como insuficiência cardíaca, doença renal ou até um AVC. Quanto mais cedo começarmos a cuidar, maiores são as chances de evitar complicações no futuro”, alerta o Dr. Giovanni.