Desde que mudou sua situação vetorial no combate à dengue de Estrato 2 (município não infestado) para Estrato 1 (município infestado em período não epidêmico), em maio de 2011, Bento Gonçalves intensificou os trabalhos para prevenir a proliferação do mosquito. Entretanto, é com o início do período de calor e chuva que os dez agentes da Vigilância Ambiental, ligada à secretaria municipal de Saúde, começam aumentar a frequência das visitas às residências.
Desde 2002, os mesmos agentes fazem um levantamento de índice, verificando 10% das casas do município de forma permanente. Todos os anos, o trabalho é repetido quatro vezes em cada bairro, buscando larvas do mosquito Aedes Aegypti longe das cerca de 180 armadilhas que estão espalhadas por Bento Gonçalves. Nesta semana, os agentes trabalharam no bairro Municipal. O próximo a ser visitado será o Licorsul.
Em 2011, foram encontradas larvas do mosquito da dengue nos bairros Vila Nova, Licorsul e Conceição. Nesses casos, a Vigilância Ambiental fez a inspeção de todos os imóveis localizados dentro de um raio de 300 metros da residência infestada, a fim de verificar a existência de outros sinais de presença do mosquito. Nenhum outro foco residencial foi encontrado. Não existem casos autóctones de dengue em Bento Gonçalves, ou seja, não está ocorrendo a transmissão da doença.
De acordo com o a médica veterinária da Vigilância Ambiental, Analiz Zattera, a intenção da secretaria de Saúde é fazer com que a cidade retorne ao Estrato 1. “Se não agíssemos durante o ano inteiro, não conseguiríamos fazer essa fiscalização de forma eficiente. Queremos retornar ao status anterior e precisamos da ajuda dos cidadãos para isso”, comenta.
Nunca é demais lembrar
*Tampe os grandes depósitos de água: a boa vedação de tampas em recipientes como caixas d’água, tanques, tinas, poços e fossas impedirão que os mosquitos depositem seus ovos;
*Remova o lixo: o acúmulo de lixo e de detritos em volta das casas pode servir como excelente meio de coleta de água de chuva. Portanto, as pessoas devem solicitar a remoção pelo serviço de limpeza pública, enterrar ou queimar os resíduos, onde isso for permitido;
*Limpe os recipientes de água: não basta apenas trocar a água do vaso de planta ou usar um produto para esterilizá-la, como a água sanitária. É preciso lavar as laterais e as bordas do recipiente com esponja ou bucha, pois nesses locais os ovos eclodem e se transformam em larvas.
Sintomas da dengue
Após a picada do mosquito, os sintomas se manifestam a partir do terceiro dia. O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias. O intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. É depois desse tempo que os sintomas aparecem.
Na dengue clássica, ocorrem febre alta com início súbito, forte dor de cabeça, dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos, perda do paladar e apetite, manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores, náuseas, vômitos, tontura, cansaço extremo, moleza e dor no corpo, além de dores fortes nos ossos e articulações.
Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alerta: dores abdominais fortes e contínuas, vômitos persistentes, pele pálida, fria e úmida, sangramento pelo nariz, boca e gengivas, manchas vermelhas na pele, sonolência, agitação e confusão mental, sede excessiva e boca seca, pulso rápido e fraco, dificuldade respiratória e perda de consciência. Na dengue hemorrágica o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas.
Reportagem: Alexandre Brusa
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