Primeiro lugar na vacinação

Quem diria que viveríamos tempos nos quais teríamos que escolher quem é essencial e quem não é. Pois é, é isto mesmo que está acontecendo nesta Pandemia. Desde o ano passado, discussões no meio político têm definido quais serviços são essenciais e quais não são, tudo isto para permitir que continuem funcionando enquanto estivermos vivendo em bandeiras com maiores restrições.

Esta disputa ficou mais acirrada quando a tão desejada vacina chegou e a discussão agora era quem deveria receber as primeiras doses e quais profissionais teriam direito na ordem de vacinação. Indiscutível a importância em vacinar primeiro os profissionais da saúde, eles que desde o início não pararam de lutar para salvar o maior número de vidas possível, e com muito orgulho deles, não vi em momento algum lutando por paralisação ou deixando de ir trabalhar, pois estavam e estão cumprindo com o juramento que fizeram.

Outros profissionais que não vi paralisarem seus serviços foram os servidores da segurança, os funcionários dos mercados, das farmácias, os frentistas, estes que não ameaçaram parar em nenhum momento. Apesar de pouco valorizados neste período, agora os servidores da segurança conseguiram o direito de se vacinarem, até que enfim. Mas ainda faltam muitos que eram classificados como essenciais que nem se quer aparecem na lista de vacinação.

O que mais incomoda nisto tudo é uma profissão se achar melhor que a outra, ou no direito de se vacinar antes que os demais para voltarem às suas atividades. Todos têm o direito de serem vacinados, e serão. Porém, o que devemos entender é que a vacina tem chegado em quantidades ainda baixas para vacinarmos a todas as classes de profissionais e a população em geral. Mas até lá, o que acontece com aqueles que colocam como condição para voltarem a vacinação? E se os funcionários das áreas essenciais que nem foram citados ainda nesta lista resolverem parar também? 

Ninguém está contra as atividades que ainda não voltaram, mas a favor de encontrarmos uma forma de que todos possam voltar logo. Na educação, por mais que alguns professores estejam se esforçando para inovar em suas atividades com os alunos, sabemos que a qualidade do ensino ainda é muito baixa no sistema que está sendo utilizado.

Portanto, caros colegas da educação e diretores de entidades sindicais, ajudem a comunidade a encontrar uma forma de voltarmos logo às atividades presenciais, pois esperar pela vacinação não é uma condição justa com aqueles que não pararam suas atividades. Caso contrário, parem tudo, fechem os mercados, farmácias, postos de combustíveis e todos os serviços que ainda não tiveram a oportunidade de serem vacinados, pois nenhuma profissão é melhor que a outra. E se alguém utilizar o discurso de que já morreram inúmeros professores em virtude da COVID-19, lembrem que já morreram centenas de profissionais da saúde também, e não vimos eles pararem lá atrás, mesmo quando nem se falava na chegada da vacina. Muita saúde e que a vacina chegue logo a todos.

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