Processo contra vereadores por apropriação de salários deve encerrar após período eleitoral
O processo da suposta apropriação indevida do salário de funcionários por parte de quatro vereadores e de outras quatro pessoas em Bento Gonçalves deve se estender após o período eleitoral. A expectativa era que a fase de instrução fosse encerrada nesta semana, mas novamente uma das testemunhas de acusação não compareceu à audiência realizada na última quarta-feira, dia 10 de agosto.
Conforme o promotor Alécio Silveira Nogueira, a testemunha faltante é a mesma que não foi encontrada para outras duas primeiras audiências. Segundo ele, o depoente, como todos os outros escolhidos pelo Ministério Público, é importante. “Preferi insistir na tentativa de sua oitiva, mesmo em prejuízo da celeridade do processo”, explica.
Como a testemunha foi intimada e não compareceu, a juíza Romani Terezinha Bortolas Dalcin requisitou a instauração de procedimento criminal pelo delito de desobediência. “A ausência trouxe, sim, prejuízo ao processo, que assim demorará mais para ser concluído”, acrescenta Nogueira. Uma nova audiência deverá ser marcada. Conforme o promotor, faltam ainda cinco depoimentos, a maioria de defesa.
O promotor não trabalha com a hipótese de a sentença ser proferida antes do período eleitoral. “Mesmo que haja encerramento da fase instrutória, cada parte tem direito a, pelo menos, dez dias para a oferta de suas alegações finais”, pontua.
Saiba mais
A investigação iniciou em 2010, mas há informações que remontam a prática da conduta ilegal ainda no ano de 2007. Os vereadores Adelino Cainelli (PP), Marcos Barbosa (PRB), Marlen Pelicioli (PPS) e Vanderlei Santos (PP) são acusados de concussão e improbidade administrativa junto de outras quatro pessoas, que não atuariam na Câmara. Os valores, de até dois terços da remuneração, seriam sacados dos vencimentos mensais diretamente em caixas bancários ou retirados por empréstimos, que tinham prestações assumidas pelas vítimas.