Procuradora é agredida por colega após abrir processo disciplinar no interior de SP

Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra a procuradora-geral do município de Registro, no interior de São Paulo, Gabriela Samadello, sendo agredida brutalmente pelo também procurador Demétrius Macedo. Segundo boletim de ocorrência, o que desencadeou as agressões foi a abertura de um processo disciplinar administrativo. Gabriela relatou à polícia que o procurador apresentava comportamento suspeito e já havia sido grosseiro, então cobrou providências. Após o episódio, a Prefeitura de Registro afastou o procurador das funções na terça-feira, 21/06, com suspensão de pagamento do salário. O caso foi registrado na Delegacia da Mulher, onde Demétrius prestou depoimento e foi liberado. Nesta quarta-feira, 22/06, a Polícia Civil de São Paulo pediu à Justiça a prisão preventiva do procurador. Ele alegou que estava sendo moralmente assediado, segundo a polícia. Ele irá responder por desacato e lesão corporal.

Reprodução

O agressor teria pedido exoneração do cargo, em 2020, e agora teria sido instaurado processo para apurar os fatos. A vítima informou à polícia ter tentado se defender. O vídeo mostra uma servidora tentando ajudar e também sendo agredida, empurrada contra a porta, mas Demetrius continuou aplicando socos e chutes, mesmo com as funcionárias tentando contê-lo.

Em nota, a prefeitura de Registro manifestou “o mais absoluto e profundo repudio aos brutais atos de violência” realizados pelo procurador municipal. “A administração municipal está tomando as providências necessárias e já determinou, de imediato, que o agressor seja suspenso, nos termos do art. 179, c/c inc. III do art. 180, ambos da Lei Complementar nº 034/2008 – Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Registro, com prejuízo de seus vencimentos, a partir de 21 de junho”, diz a nota.

A subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Registro) também repudiou as agressões, considerando “inadmissível, covarde e grotesca”. “A agressão atingiu a toda a advocacia e a toda a sociedade de uma forma geral, causando indignação permanente”, diz a publicação.

A Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do DF (Anape) e a Associação Nacional dos Procuradores Municipais (ANPM) também manifestaram repúdio ao caso. “É fundamental que os procuradores tenham segurança e autonomia para exercer sua função essencial à Justiça”, disse a Anape. “A violência perpetrada em desfavor da Procuradora Municipal Gabriela Samadello Monteiro de Barros atinge a toda a advocacia pública municipal no país, sendo por esta entidade firmemente repudiada em todos os seus aspectos”, destacou nota da ANPM.

Confira o vídeo:

Você pode gostar também