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Produção de bioabsorventes no RS é selecionada como uma das melhores práticas de trabalho prisional

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A divulgação feita na terça-feira, 04/01, integra a 1ª coletânea “Boas Práticas Trabalho e Renda” no sistema penitenciário brasileiro

Foto: Divulgação/Susepe

O empreendedorismo feminino na produção de bioabsorventes no sistema prisional gaúcho foi um dos oito melhores projetos brasileiros de trabalho prisional selecionados pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e considerado como exemplar para os demais estados. A divulgação ocorreu nesta terça-feira (04) e integra a 1ª Coletânea “Boas Práticas Trabalho e Renda” no sistema penitenciário brasileiro.

O projeto gaúcho selecionado é desenvolvido no Presídio Estadual Feminino de Lajeado e no Presídio Estadual Feminino de Torres, unidades prisionais da 8ª Região Penitenciária da Susepe. Desde sua implantação, a iniciativa se tornou referência nacional, pois o Rio Grande do Sul é pioneiro na produção de bioabsorventes com mão de obra das apenadas.

Empreendedorismo feminino e dignidade menstrual

Nas oficinas realizadas com apenadas nos presídios são abordados temas como saúde feminina, educação menstrual, geração de trabalho e renda, com foco no empreendedorismo feminino e na capacitação dessas mulheres presas para a confecção de bioabsorventes femininos. Para promover a dignidade menstrual, são fornecidos meios de acesso à informação, além da oferta de protetores menstruais às mulheres presas no sistema prisional do RS.

“Nos sentimos muito felizes em poder proporcionar às mulheres recolhidas na 8ª Região Penitenciária a oportunidade de ter acesso aos bioabsorventes, um produto inovador que, além de oportunizar dignidade humana, alia consciência às necessidades do meio ambiente, possibilitando que as privadas de liberdade recebam qualificação sobre um assunto tão importante. Vejo que conseguimos plantar uma pequena semente em auxílio ao trabalho e às políticas públicas que a Susepe e a SJSPS estão construindo no Estado”, disse a delegada penitenciária Samantha Longo.

A confecção dos bioabsorventes é realizada em tecidos tecnológicos desenvolvidos pela empresa gaúcha Herself, que é parceira voluntária e idealizadora do projeto. A Herself também é responsável pela coordenação dos grupos reflexivos sobre educação menstrual e pela capacitação técnica para a confecção dos bioabsorventes. “Os bioabsorventes, além de absorverem a menstruação de forma segura, higiênica e confortável, reduzem significativamente o impacto ambiental com a redução de lixo a longo prazo, uma vez que são reutilizáveis e podem durar até três anos”, explicam as voluntárias da empresa Herself, Raissa Kist e Victoria Castro.

A execução do projeto se dá em duas etapas, sendo a primeira disponibilizada para todas as mulheres presas na unidade prisional em que o projeto é desenvolvido, com a participação em grupo reflexivo onde são discutidas a saúde feminina, a educação menstrual, além de tabus e mitos associados à menstruação. Na segunda etapa ocorre a seleção das mulheres presas que tenham interesse em aprender a técnica de confecção das peças, a capacitação em empreendedorismo feminino e a produção de bioabsorventes para si mesmas, para outras mulheres do sistema prisional e para entidades parceiras. Na capacitação em empreendedorismo são abordados temas relacionados a vendas, gestão de clientes, técnicas e modelagens de negócios, precificação e geração de renda, já que as peças produzidas podem ser vendidas e terem seu recurso revertido para o autocuidado das apenadas e dos familiares.

A aquisição dos materiais para a produção dos bioabsorventes se dá através da contribuição dos Conselhos da Comunidade e das Varas de Execução Criminal. Os espaços de trabalho são equipados através do Programa de Capacitação Profissional e Implementação de Oficinas Permanentes (PROCAP), do Depen.

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