Professora da EMEM Alfredo Aveline ganha o primeiro lugar no XX Prêmio Arte na Escola Cidadã

Com o intuito de reconhecer e valorizar no ensino de Artes que possibilite a construção de novos olhares, o Instituto Arte na Escola vem divulgar os vencedores nas cinco categorias do XX Prêmio Arte na Escola Cidadã, o qual recebeu mais de mil inscrições de Norte a Sul do País. E o EMEM Alfredo Aveline venceu na categoria Ensino Médio, com o projeto “Cildo Meireles – Nosso Circuito Ideológico 2018”, desenvolvido pela professora Milene Petró.

Os professores premiados recebem 10 mil reais, certificado e participam de uma semana de formações culturais na cidade de São Paulo, além de ter seu projeto registrado em um documentário, produzido pela Oficina Filmes. A produção esteve na cidade captando imagens nos dias 26 e 27 de setembro. Já as escolas ganham equipamentos. A cerimônia ocorre em São Paulo, no dia 27 de novembro, às 19h, no Sesc Consolação.

Cildo Meireles é um artista plástico carioca, reconhecido internacionalmente, que produz obras e mostras conceituais. O projeto surgiu a partir da visualização de seu trabalho em material didático do Arte na Escola.  A ideia foi apresentar aos alunos e às alunas o conhecimento e experiência artística de um artista que manejou muito bem a relação entre arte e cotidiano, sobretudo com objetos de grande circulação, utilizados no dia a dia, como é o caso do dinheiro.

As obras Zero Cruzeiro, Cédula, Coca Cola, de Meireles, foram as referências e o ponto de partida para realizar releituras tendo a atualidade como fonte. Dessa forma, temas como crítica ao sistema capitalista e o padrão consumista da sociedade; questões de relação entre tolerância/intolerância religiosa; o esquecimento e injustiça com os mortos e desabrigados do desastre de Mariana; o assassinato de Mariele Franco, valorizando a resistência negra e feminista e a transformação dos objetos e dos seres humanos, foram escolhidos pelos alunos que criaram objetos de circulação, como o dinheiro.

De acordo com Milene, o trabalho proporcionou um protagonismo dos alunos onde os mesmos problematizaram a História a partir do tempo presente, relacionando-o ao conceito de circuito de arte: “Cildo produz uma arte que extrapola o circuito tradicional de museus e galerias. Mostra uma arte que pode estar em contato direto com o público, em objetos do cotidiano que se transformam, como, por exemplo, da obra realizada em notas de cruzeiro, na época da ditadura, que trás o questionamento impresso nas cédulas que circulavam na época, com a pergunta: Quem matou Herzog?”.

As outras categorias que ganharam foram a Educação Infantil: “Universo Fotográfico Infantil", de Grécia Oliveira, de Jundiaí (SP); Ensino Fundamental 1, com "Ubuntu – Sou Porque nós somos", do professor Antonio Roberto da Silva, de Americana (SP); Ensino Fundamental 2, com “Cores do Açaí”, da professora Elsamar Emerique, de Jacundá (PA); e na categoria Ensino de Jovens e Adultos, o projeto premiado foi “A reinvenção de si: reconstruindo histórias de vida na EJA por meio da palavra e da imagem”, do professor Jailson dos Santos, de Caicó (RN).

O XX Prêmio Arte na Escola Cidadã é uma realização do Instituto Arte na Escola, que é uma associação civil sem fins lucrativos, mantida pela Fundação Iochpe, que fortalece o ensino das Artes no Brasil, qualificando a formação de professores da Educação Básica. O Instituto ativa o circuito da arte-educação por meio da Rede Arte na Escola, que oferece formação continuada para professores e licenciandos.