Programa prevê modernização da vitivinicultura

Criar condições de sustentação, aprimorando a competitividade da cadeia produtiva vitivinícola, nas regiões tradicionais de produção. Esse é o objetivo final do Modervitis, programa proposto pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e pela Embrapa Uva e Vinho que busca a modernização física e tecnológica de produtores e processadores de uva. A portaria que cria o Comitê de Implantação e gestão do programa foi assinada na última semana, pelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, no Palácio Piratini, em Porto Alegre.

Na ocasião, foi realizada a apresentação do Balanço da Politica Industrial do Rio Grande do Sul pela equipe do governador Tarso Genro, com participação do vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Carlos Weinschenck de Faria.

O Modervitis conta com a participação dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Ministério de Ciência, Tecnologgia e Inovação (MCTI) com apoio de diversas outras instituições federais. “O Rio Grande do Sul tem vinhos muito competitivos, de qualidade. Este protocolo assinado hoje qualificará ainda mais a produção, desde a produção de uvas até a elaboração de vinhos com apoio do BNDES. O setor está em crescimento e tende a crescer ainda mais com o Modervitis”, discursou o ministro Borges, lembrando que o programa abrange também os estados de Santa Catarina e Paraná.

Após a fase de estruturação do plano, com a realização de diagnóstico, estabelecimento de objetivos e metas, o programa foi incluído no Plano Brasil Maior. “Investimos muito tempo no encaminhamento do projeto em Brasília, pois tínhamos uma dificuldade de fazer com que o governo compreendesse a importância e abraçasse o projeto. Em virtude de seu viés estruturante, há a dependência de apoio governamental para viabilizar o projeto”, explica o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho e assessor técnico do Ibravin, José Fernando da Silva Protas.

O Modervitits foi criado tendo em vista a defasagem tecnológica na produção da uva, em especial para a produção de vinho de mesa e suco, assim como no processamento por parte de empresas vinícolas instaladas nos polos mais antigos e tradicionais de vitivinicultura. “Essa situação está cada vez mais evidente diante de um mercado com competitividade em escala mundial, podendo em médio prazo inviabilizar todo um sistema baseado na agricultura familiar estabelecido nestas regiões”, observa o diretor-executivo do Ibravin Carlos Paviani.

Por isso, a meta final é adequar a matéria-prima e a estrutura tecnológica de processamento para obtenção de produtos com padrões de qualidade e competitividade internacional. Entre as metas previstas no programa está a modernização de vinhedos, aumento da produtividade média dos parreirais de uvas, elevação do teor de açúcar (grau brix), redução do número de variedades comerciais produzidas, disponibilização de assistência técnica aos participantes do programa, oferecimento de linhas de financiamento para modernização física e tecnológica das vinícolas e o aumento da capacidade de estocagem.

Protas destaca que o programa promoverá uma melhoria na gestão setorial em virtude de a adesão se dará a partir de um estabelecimento contratual entre viticultores e as vinícolas. “De um lado os viticultores se comprometem a realizar a produção dentro de padrões técnicos de qualidade e, de outro, os empresários se comprometem a adquirir a produção contratada aos níveis de preços previamente estabelecidos, tendo como base de referência o preço mínimo estabelecido pela Conab”, complementa o pesquisador.

O Programa de Modernização da Vitivinicultura (Modervitis) está integrado ao Plano Brasil Maior  e conta com o aval e apoio de diversos Ministério e órgãos públicos envolvidos. Com a premissa de traçar diretrizes para uma nova política industrial, tecnológica e de comércio exterior, o plano tem entre seus objetivos o fortalecimento da competitividade das cadeias produtivas brasileiras, dentre elas a do setor vitivinícola.

Objetivos do Modervitis:

– Modernização de vinhedos de cultivares americanas e híbridas, assim como de cultivares Vitis vinífera;

– Elevação da produtividade média dos parreirais com cultivares americanas e híbridas;

– Elevação do grau médio (Brix) das uvas americanas e híbridas a das uvas viníferas produzidas;

– Redução do número de variedades americanas e híbridas produzidas comercialmente;

– Redução da quantidade de uvas americanas e híbridas necessárias para produzir um quilo de suco concentrado;

– Redução da quantidade de açúcar necessário à prática de chaptalização dos vinhos produzidos;

– Disponibilização de assistência técnica aos viticultores participantes do programa;

– Readequação estrutural e tecnológica das empresas vinícolas existentes nos polos tradicionais;

– Ampliação da capacidade de estocagem das vinícolas estabelecidas nos polos tradicionais;

– Substituição da estrutura de estocagem em recipientes de madeira, ferro e piletas de concreto, por aço inox.


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