Projeto social forma bicampeões gaúchos

O propósito do projeto social “Jiu-Jítsu para Todos”, que atualmente envolve cerca de 500 crianças e adolescentes espalhados em oito núcleos, é estimular o esporte como uma extensão da escola, com atividades no contraturno. Mais do que cidadãos, contudo, a iniciativa da Garra Team também acabou formando os melhores jovens lutadores do Estado.

A Garra vai a Porto Alegre, neste domingo, dia 6, para a abertura do Circuito Gaúcho da Federação de Jiu-Jítsu do Rio Grande do Sul (FJJ-RS), na condição de equipe a ser batida na categoria Kids (6 a 15 anos). Nas últimas duas temporadas, os jovens bento-gonçalvenses brilharam individualmemte e, por consequência, levaram a Garra ao topo do pódio na disputa por equipes.

A maior parte dos promissores atletas que disputam o Circuito é formada por alunos do núcleo do bairro Conceição, de onde também já saíram campeões brasileiros. Com as despesas bancadas por doações, Robert Rodrigues, Anailton Lisboa, Tatiana Florkoski e Bianca Smalti disputaram o campeonato nacional no Rio de Janeiro, em maio deste ano, e ratificaram o talento demonstrado nos treinos. Robert, Anailton e Tatiana conquistaram a medalha de ouro, enquanto Bianca foi prata. “Nós temos ótimos lutadores aqui. São crianças que, às vezes, precisam apenas de um empurrãozinho ou de um conselho para se tornarem atletas. A gente sabia que no Rio de Janeiro o nível seria diferente, mas, também sabíamos que fariam bonito, como aconteceu”, orgulha-se um dos professores voluntários no Conceição, Vando Vitorassi.

As aulas no bairro acontecem há três anos e atualmente mobilizam aproximadamente 50 alunos. Vitorassi salienta que as dificuldades são permanentes para viabilizar material de treino e apoio financeiro para levar as crianças às competições. Contudo, acredita que os obstáculos também têm ajudado a tornar os jovens atletas mais fortes no tatame. “Os campeonatos têm crianças que treinam quase todos os dias em academia, pagam a mensalidade, têm os quimonos cheios de patrocinadores e a faixa já colorida, mas são superadas por um atleta nosso faixa branca. A diferença é que aqui eles têm muito mais vontade. A gente coloca isso na cabeça das crianças, porque moram em uma comunidade carente e as dificuldades são maiores. Aqui, às vezes, eles treinam no frio (as atividades acontecem na escola Imaculada Conceição, em local aberto, apenas com cobertura), com cerração, porém, não desistem. Nas lutas, eles acreditam até o final e isso faz muita diferença. Eles são guerreiros não só por estarem lutando, mas, também, por todas as dificuldades pelas quais passam”, expõe o professor.

A convicção dos professores no potencial dos atletas é tamanha que eles já sonham em levar alguns deles até mesmo para um campeonato Mundial, o que ainda passa pela busca por mais apoio. Independentemente de onde chegarão, no entanto, Vitorassi acredita que a maior conquista que o esporte pode proporcionar aos pequenos bicampeões gaúchos já é uma realidade, fora dos tatames. “Os pais vêm até a gente com os boletins da escola e dizem: ‘Olha a nota do meu filho antes e olha a nota agora’. Por consequência do jiu-jítsu, essas crianças estão mudando o comportamento, elas sabem que não podem fazer bagunça e que têm que tirar notas boas para poder continuar praticando. Na idade em que eles estão, se focarem muito em uma coisa, podem esquecer o principal, por isso, a gente busca fazer com que aliem a dedicação no esporte e na escola”, conclui.

Interessados em patrocinar a participação dos atletas do projeto social no Circuito Gaúcho, Campeonato Brasileiro ou Mundial devem entrar em contato com Adriano Smalti, pelo telefone 9142 4257. 

 

É proibida a reprodução, total ou parcial, do texto e de todo o conteúdo sem autorização expressa do Grupo SERRANOSSA.

Siga o SERRANOSSA!

Twitter: @SERRANOSSA

Facebook: Grupo SERRANOSSA

Instagram: @serranossa

O SERRANOSSA não se responsabiliza pelas opiniões expressadas nos comentários publicados no portal.