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Projeto vai em busca de estudantes com problemas de saúde direto na escola

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“Programa Saúde na Escola” promove desde aferição de pressão, até testes como audiometria, além de conversas informativas com os estudantes

Fotos: Erica Fiorin/Secretaria de Saúde de Bento Gonçalves

As secretarias de Saúde e de Educação de Bento Gonçalves têm feito um trabalho intersetorial com o “Programa Saúde na Escola” (PSE) desde 2011. A proposta conta com profissionais da saúde que visitam escolas municipais e estaduais. Ao adentrar o ambiente escolar, a equipe realiza uma série de procedimentos de saúde e conscientização com estudantes a partir do 6º ano. Atualmente, o PSE abrange 43 escolas, sendo 14 municipais de Ensino Fundamental, 8 escolas de Ensino Fundamental e Médio, e 21 Escolas Municipais de Educação Infantil. O PSE foi criado, originalmente, pelos ministérios da Educação e da Saúde, em 2007.

De acordo com Erica Fiorin, atual coordenadora do PSE, a iniciativa trabalha com diversas ações que vão desde alimentação saudável e prevenção da obesidade até saúde bucal, de saúde auditiva e ocular até prevenção ao uso de drogas, do direito sexual e reprodutivo até o combate a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Segundo a coordenadora, uma equipe preparada atua de forma efetiva no projeto. “As ações de Educação em Saúde são realizadas tanto por profissionais de saúde como pelo professor, e os temas são definidos conforme a realidade e necessidade de cada território”, afirma.

O combate a doenças como a obesidade e a pressão alta tem sido um dos principais focos do PSE. Segundo Érica, é comum ver cada vez mais estudantes chegando à obesidade infantil. “As alterações mais frequentemente observadas nas avaliações são o excesso de peso em crianças na idade escolar e a alteração da pressão arterial em adolescentes”, detalha. Quando uma criança ou adolescente é identificada com sobrepeso e apresenta alteração nos testes, a equipe faz o encaminhamento para a unidade de saúde mais próxima de casa.

A família também é incluída no processo para dar seguimento ao tratamento adequado. Mesmo a escola avisando a unidade de saúde e essa avisando as famílias, muitos não compartilham dentro de casa sobre a necessidade de tratamento. Para Erica, o projeto ajuda a aproximar a equipe de saúde dos estudantes, já que, pela faixa etária, não são frequentadores de UBSs ou ESFs.

Doenças do século

Obesidade, pressão alta, depressão e ansiedade são algumas das doenças mais comuns em crianças e adolescentes na atualidade. Na visão de Erica, as causas podem ter vários fatores e a pandemia da covid-19 tem colaborado no agravamento. No caso do sobre peso infantil, a má alimentação ajuda e muito na piora dos casos. “A obesidade é uma condição complexa, influenciada pela genética, ingestão alimentar, nível de atividade física e fatores do ambiente físico e social. O ambiente alimentar atual é amplamente favorável ao consumo de alimentos e bebidas ultraprocessados, de baixa qualidade nutricional”, destaca.

As facilitações alimentares apresentadas pelos alimentos processados e o ambiente que elas criam exploram as vulnerabilidades biológicas, psicológicas, sociais e econômicas das crianças e adolescentes.

De acordo com Erica, o avanço tecnológico também mudou outro ponto importante na vida dos jovens: as formas de se entreter. Mesmo sendo válidos, o excesso de tempo na frente de celular, televisão e computador prejudica o organismo devido à falta de exercícios físicos ou demais atividades de movimento. “Outros fatores também podem ser relacionados a estas mudanças, como o aumento da violência e a preocupação dos pais com a segurança”, conclui a coordenadora.

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