Próxima etapa deve ser licitada em fevereiro

Está previsto para fevereiro o lançamento do edital para as obras da segunda etapa do restauro do Museu do Imigrante, com início dos trabalhos estimado para abril. Recentemente, foi realizada a revisão e a atualização do projeto arquitetônico, já que o original é de 2007. O valor da obra reduziu em relação ao orçamento original, passando de R$ 1,1 milhão para R$ 950 mil. O processo licitatório pode ser iniciado sem precisar da captação total dos recursos previstos via Lei Rouanet. Até a última semana já haviam sido captados R$ 627 mil, mas o valor deve aumentar até o final do ano, já que algumas empresas se comprometeram em realizar depósitos à medida em que encerrarem a contabilidade. “Estamos bastante satisfeitos com o andamento do processo”, destaca o secretário de Cultura, Jovino Nolasco de Souza.

O projeto do restauro e adequação foi aprovado pelo Ministério da Cultura (Minc) em dezembro de 2008. Em abril de 2009, a captação foi autorizada e deveria ser encerrada no final do mesmo ano. Em 2010, houve a primeira prorrogação do prazo, que se estenderia por 12 meses. Sem avanços, o adiamento se repetiria novamente no início de 2011 e 2012. Nos quatro anos, somente R$ 30 mil foram captados junto a duas empresas da cidade. Com a nova campanha, iniciada em setembro de 2013, feita em parceria entre a prefeitura e uma produtora cultural, em pouco mais de um ano foi captado valor 20 vezes maior.

O objetivo é unir esforços para arrecadar o máximo de recursos até o final deste ano, dando continuidade em 2015. Algumas reuniões já estão agendadas para janeiro, com boas perspectivas de incremento na conta. “A captação nos surpreendeu. Este é o projeto cultural mais importante da cidade no momento, mas que até então estava desacreditado. Estamos felizes por ter conseguido reconquistar a confiança da população”, afirma Fabiano Mazzotti, um dos sócios da produtora cultural.

A primeira etapa, correspondente ao restauro das esquadrias, já está sendo executada pela empresa bento-gonçalvense Esquadrias Cavalet, que ganhou a licitação no mês de agosto. Durante a remoção das aberturas, muitas peças apresentaram avançado estado de decomposição, em função das constantes infiltrações, e precisarão ser substituídas. O contrato prevê a conclusão dessa fase em um ano.

A etapa seguinte contempla o complemento da obra, como reboco, fiação, forros, pisos e pintura. De acordo com o secretário, após estas duas etapas, a previsão é abrir o museu ao público, deixando para uma terceira fase a implantação de rampa e elevador panorâmico. A obra, segundo Nolasco, é bastante minuciosa. Ao contrário de reformas e revitalizações, onde novos elementos podem ser utilizados para substituir os antigos, no restauro é preciso recuperar a peça original. “Não tínhamos em Bento Gonçalves uma experiência com restauro, exceto a igreja Santo Antônio, que é um misto de restauro e revitalização”, salienta.

Lei Rouanet

A captação, por meio da Lei Rouanet, um mecanismo de incentivo à cultura do governo federal, autoriza a isenção de parte do Imposto de Renda (IR) de apoiadores da iniciativa. Podem investir empresas tributadas em lucro real, deduzindo até 4% do IR devido. No caso de pessoas físicas, o limite é de até 6%. O ressarcimento do patrocínio virá no ano seguinte, na forma de restituição ou abatimento do valor do IR a pagar. Mais informações podem ser obtidas na Casa das Artes, pelo telefone (54) 3454 5253.

Saiba mais

A edificação onde está o Museu do Imigrante foi construída em 1913, para ser estação de sericicultura. Serviu de escola agrícola e zootécnica; tornou-se hotel, escritório, armazém e residência. O espaço cultural foi inaugurado em 1975. O projeto de restauro prevê, além do resgate de aspectos originais da edificação, medidas para garantir acessibilidade a futuros visitantes portadores de necessidades especiais, com a implantação de rampa e elevador panorâmico, transferindo o acesso principal para a parte de trás da estrutura. O Museu está fechado para visitação desde agosto de 2010. Um ano antes, seu piso superior já havia sido interditado pelo risco de desabamento, pois o assoalho estava comprometido por infiltrações de água. Seu acervo permanece armazenado na reserva técnica, no subsolo da Fundação Casa das Artes. Um dos itens que representou redução no valor foi a recomposição do telhado, realizada anteriormente com investimento de R$ 55 mil feito com recursos próprios.

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