Toda pressão é interna, toda obrigação é a falta de música a alguém que precisa dançar mesmo sem sentir prazer nisso. E essas pessoas que vivem “cansadas e ocupadas” são por fim as que menos produzem: porque as horas sem dormir dedicadas ao que verdadeiramente nos faz vibrar são as melhores horas do nosso dia. O eterno cansado não dorme bem e se não dorme bem é por não sentir merecer tal tranquilidade. O peito estufado de orgulho é o primeiro dos travesseiros, sempre foi.
Repense suas procrastinações, repense quem está na sua vida, reveja sua proximidade com aqueles que não lhe dão nada senão uma presença ao estilo tapa furo: você precisa realmente daquela pessoa ou simplesmente precisa de alguém? Você é um mendigo das relações, uma pomba catando farelos de alguém que também precise de um pouco de atenção? Questione-se.
O mundo carece de reais presenças, as pessoas temem até as pequenas doses de solidão. Solteiros usam o álcool, comprometidos sentem um aperto no peito pensando o motivo de ainda aceitarem aquele pouco. Em uma época onde todos foram levados para a palavra sonhar poucos ainda se esforçam para realizar. Todos querem encontrar: mas e o esforço para chegar lá? Poucos assumem.
Por isso os anos viram e as vidas seguem iguais. Os prazeres duram 15 minutos e o cansaço parece tão presente. Não, não é o exagero do fazer, mas sim a falta de um fazer prazeroso. As pessoas competem para ver quem é mais ocupado e quando não fazem isso estão procurando o filtro perfeito para aquelas fotos felizes de redes sociais.
Pessoas e seus castelos de isopor, basta um mínimo vento de real responsabilidade e tudo se perde dentro das escolhas que tornam as vítimas na verdade cúmplices.