Quatro meses cruciais para a UPA

Mais do que a conclusão estrutural da nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no bairro Botafogo, a prefeitura enfrentará, nos próximos quatro meses, o desafio de definir o modelo de gestão do empreendimento que marca a primeira etapa de instalação de um hospital público em Bento Gonçalves. O interesse de inaugurar a obra em 2013 contrasta atualmente com a indefinição de como o estabelecimento será gerenciado: o próprio secretário de Saúde, Roberto Miele, em abril, levantou a possibilidade de que o serviço possa ser terceirizado, hipótese que atualmente ainda compete de igual para igual com a manutenção pelo município.

Miele encarou os questionamentos da quinta reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde, realizada nesta semana, mas não conseguiu apresentar à comunidade bento-gonçalvense praticamente nenhum avanço substancial com relação a projetos paralisados na cidade. As indagações também recaíram sobre as chamadas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de lata, seis novos postos de estrutura metálica preenchida com isopor que estão com a construção suspensa desde o ano passado pela precariedade dos empreendimentos.

A respeito da UPA, o secretário afirma que, além de alguns ajustes nas redes hidráulica e elétrica, e “pequenos reparos” internos, os trabalhos devem envolver a recuperação de alguns móveis que mofaram por causa de infiltrações. A empresa fornecedora do material já teria se disposto a consertar ou substituir os produtos que estiverem em más condições.

A gestão do novo Pronto Atendimento 24h, entretanto, ainda é uma incógnita. “Estamos avaliando experiências de outras cidades, para ver como têm funcionado. Em Canoas e Novo Hamburgo, por exemplo, houve terceirização. Vamos buscar casos em que o gerenciamento é feito pelo município e depois levar todos os subsídios para o prefeito. Até o final do ano, no máximo, isso tem que estar resolvido”, ressalta Miele.

A continuidade das obras do Hospital do Povo – que nasceu como Complexo de Saúde do Trabalhador (CST) no governo de Roberto Lunelli – também não tem, pelo menos até agora, nenhuma garantia. Miele aponta que, para preservar a estrutura de quatro andares erguida atrás da UPA, ala que seria destinada à internação, será finalizada a construção de paredes do último pavimento e a instalação do telhado. Depois, o prédio deve receber reboco para conservar os tijolos e tapumes nas aberturas para janelas. “A partir daí, não sabemos como vai ser”, resume o secretário.

Das seis UBSs de lata iniciadas e paralisadas no ano passado, duas estão entre as preocupações mais urgentes da administração: Fenavinho e Cohab. Nesses locais, as adaptações, de acordo com o novo cálculo da secretaria, deverão custar R$ 180 mil cada. A Vigilância Sanitária Estadual já exigiu uma série de melhorias nos espaços e fará nova vistoria antes de liberar o funcionamento. As estruturas erguidas nos distritos de São Pedro e Vale dos Vinhedos serão usadas apenas como subprefeituras. No loteamento Arco-Íris (bairro Vila Nova 2), no Tancredo Neves e no Conceição a administração municipal tentará fazer as construções em alvenaria. “Temos certa resistência ao modo como foi feito e, principalmente, temos dificuldade de saber o que fazer agora”, conclui Miele.

R$ 1 milhão federal

O presidente da Frente Parlamentar, Moacir Camerini (PT), afirmou que o município tem condições de pleitear verba de até R$ 1 milhão do Fundo Nacional de Saúde (FNS), conforme uma portaria publicada no final de junho. Os recursos dependem de aprovação de cadastro junto ao governo federal e seriam destinados exclusivamente à compra de móveis e equipamentos para a UPA. O prazo de inscrição termina nesta sexta-feira, 30, mas ainda não havia confirmação da adesão da prefeitura.

Reportagem: Jorge Bronzato Jr.


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