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Quem são e o que defendem os deputados estaduais e federais eleitos da Serra Gaúcha

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Além do eleito por Bento Gonçalves Guilherme Pasin, a Serra Gaúcha escolheu outros quatro deputados estaduais e outros dois federais: Elton Weber (PSB), Neri, O Carteiro (PSDB), Pepe Vargas (PT), Professor Claudio (Podemos), Denise Pessôa (PT) e Mauricio Marcon (Podemos)

Elton Weber, Neri, O Carteiro, Pepe Vargas, Professor Claudio, Denise Pessôa e Mauricio Marcon são seis dos sete eleitos pela Serra Gaúcha.

A partir de 1º de janeiro de 2023, a Serra Gaúcha terá sete representantes nos cargos de deputado estadual e deputado federal. No total, cinco políticos irão ocupar cadeiras na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre, e dois se deslocarão até a Câmara dos Deputados, em Brasília. Para conhecer mais sobre esses representantes do povo da Serra, o SERRANOSSA questionou os eleitos sobre quais serão suas principais pautas e defesas. Três deles foram reeleitos deputados estaduais e quatro são novatos em seus cargos. Apenas uma é mulher e um deles teve a sétima maior votação do Estado para deputado federal. A entrevista com as pautas defendidas pelo então candidato e agora deputado estadual eleito por Bento Guilherme Pasin (PP) pode ser conferida na edição do último dia 30/09 ou acessada aqui.

Foto: Assembleia Legislativa

Elton Weber (PSB)

Natural de Nova Petrópolis, Elton Weber tem 54 anos, é casado e pai de dois filhos. Agricultor com forte atuação sindical e no cooperativismo, presidiu a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag-RS) e agora segue para seu terceiro mandato na Assembleia.

ELTON: As nossas prioridades no próximo mandato continuarão a partir daquilo que nós já estamos trabalhando hoje. Por exemplo, as questões referentes à agricultura, ao meio rural, à agricultura familiar. Na Serra, especialmente, os temas que certamente vamos ter trabalhos, como já temos tido, é a questão da uva, do vinho, a questão dos preços mínimos do produto. Um apoio e incentivo a este setor desde ao agricultor até as vinícolas que fabricam o produto, seja espumante, seja o vinho, seja o suco, para que também tenhamos melhores condições de concorrer com produtos importados e combater, principalmente, o contrabando nesta área. De outra parte, também merecerá a nossa atenção os temas pertinentes à saúde, educação, ao turismo, à questão de infraestrutura de rodovias da nossa região que precisamos também trabalhar, porque, afinal, somos um polo de desenvolvimento, tanto industrial, agrícola, turístico e de várias outras atividades. Bem como também nós vamos estar à disposição, principalmente, das demandas pontuais que surgem a partir do que acontece, às vezes, numa semana, durante um mês, e que hoje não temos condições de prever ainda quais serão essas demandas especificamente, mas que sempre surgem. Uma hora pode aparecer uma questão na área da saúde, em outro momento educação, em outro momento uma rodovia ou até mesmo questões na área da agricultura como estiagem que por dois anos já nos trouxe prejuízo. Então, trabalharemos com essas demandas pontuais e também nos temas que hoje já atuamos frente ao nosso mandato atualmente. Continuarei, pelo menos até fevereiro do próximo ano, também presidindo a Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha e também, ainda neste período agora de outubro e novembro, estamos apresentando emendas ao orçamento. Um total de R$ 50 milhões para o programa do FIAPERG em apoio à agricultura familiar, R$ 20 milhões para assistência técnica para o meio rural, R$ 3 milhões para complementar o orçamento do Protetor Solar via secretaria da saúde, R$ 2 milhões para Escolas Família Agrícola e o ensaio de alternância, além de demandas pontuais nos munícipios na área da saúde e da agricultura, que somaram também R$ 1 milhão. Então, já estaremos tratando também esses temas já no orçamento deste ano, para que possamos ter mais investimentos chegando aos municípios e as pessoas, aonde elas residem e atuam.

Foto: Assembleia Legislativa

Neri, O Carteiro (PSDB)

Neri foi vereador de Caxias do Sul por dois mandatos e, agora, se reelegeu para uma cadeira na Assembleia. Ele tem 44 anos e é natural de Bom Jesus. Mudou-se para Caxias aos 14 anos para estudar. Depois, foi aprovado no concurso para os Correios. Licenciou-se da profissão para atuar no Legislativo.

NERI – Nosso primeiro mandato se caracterizou por uma forte atuação nas áreas da Saúde, Assistência Social, Infraestrutura, Segurança Pública e auxílio a entidades. Pretendemos intensificar o trabalho nessas áreas e investir com mais ênfase também nas realizações em Educação, Esporte e Cultura, Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo. Geograficamente, nossa atuação se expandiu para nove microrregiões – Serra, Campos de Cima da Serra, Hortênsias, Vale do Caí, Vale dos Sinos, Vale do Paranhana, Metropolitana, Litoral Norte e Carbonífera – atendendo, assim, mais de cem municípios. Neste segundo mandato vamos continuar priorizando a região da Serra e entorno, buscando uma maior proximidade com todos os municípios, sem esquecer o dever como deputado estadual de atender as demais regiões a trabalhar por todo o Estado.

Foto: Assembleia Legislativa

Pepe Vargas (PT)

Nascido em Nova Petrópolis, Pepe Vargas tem 63 anos, é médico e foi prefeito de Caxias do Sul. Reeleito deputado estadual, também já foi vereador e deputado federal. Durante o governo Dilma, foi titular de três pastas, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Secretaria de Direitos Humanos e a Secretaria de Relações Institucionais.

PEPE – Nossa prioridade será o desenvolvimento econômico e social do nosso estado. Os grandes temas que envolvem a necessidade de politicas públicas para o apoio aos setores produtivos. No nosso caso, especialmente a indústria, a agricultura familiar, o apoio ao turismo, ao setor de turismo, enfim, fundamental que se pense em políticas públicas nesse sentido para gerar emprego, gerar renda, para que a gente possa ter um desenvolvimento econômico mais harmonioso. Nesse sentido, uma especial atenção à questão do piso regional do salário mínimo. O Rio Grande do Sul precisa, definitivamente, fazer como outros estados da federação, nossos vizinhos aqui que tem uma política de valorização do piso regional do salário mínimo, o que aumenta a renda e faz com que a economia gire de forma mais positiva, tendo efeitos positivos para o comércio, para o setor de serviços, enfim, para todos os setores econômicos. As questões relativas à saúde são fundamentais. É preciso que o estado do Rio Grande do Sul aplique 12% da sua receita corrente liquida e de transferências exclusivamente no sistema único de saúde, o que infelizmente o estado não vem fazendo isso. A mesma coisa é importante em relação à educação. Não é possível que a gente tenha uma rede de escolas estaduais sucateadas do jeito que se encontra a rede estadual e com profissionais da educação tão desvalorizados ao ponto de terem uma brutal queda na sua renda, de terem que sobreviver fazendo empréstimos consignados. É preciso que o futuro governador olhe com mais atenção à educação. Nós estaremos aqui permanentemente fazendo a defesa desse tema. Essas questões eu diria que são as mais substantivas. O desenvolvimento econômico, a saúde, a educação são temas que sempre mereceram a nossa atenção. Quando eu falo de desenvolvimento econômico e falo dessas políticas públicas, obviamente, no recorte regional, a prioridade é a região da Serra, onde eu faço minhas maiores votações são nos municípios da Serra, então todas essas questões que eu levanto aqui nós teremos uma prioridade para os municípios da nossa região.

Foto: arquivo pessoal

Professor Claudio (Podemos)

Claudio Branchieri tem 51 anos, é mestre em Economia pela UFRGS e professor universitário há mais de 20 anos. Natural de Caxias do Sul, ele é casado e pai de três filhos. Define-se como católico conservador e vai para o seu primeiro mandato na Assembleia.

CLAUDIO – Sou um liberal econômico e um conservador nos costumes. Então, é um perfil bem característico do povo brasileiro que quer menos interferência do estado e, ao mesmo tempo, que quer preservar a sua identidade religiosa, os seus valores cristãos, é contra o aborto, é contra ideologia de gênero, é pela liberdade de defesa, liberação do direito de ter arma em casa, direito de ir e vir, liberdade de expressão irrestrita. Todas essas bandeiras são minhas também. Ao mesmo tempo, defendo um estado mínimo ou um estado necessário. O menor estado que não deixe ninguém para trás, esse é o estado que eu defendo. Eu defendo privatizações, eu defendo que o estado não tem que ter banco. O estado tem que cuidar das pessoas, não de negócios. Então a gente vai levar todas essas bandeiras para a Assembleia. Pedágios, a resolução dos gargalos de infraestrutura do estado do Rio Grande do Sul, a gente tem que resolver, tem que ser mais competitivo, a gente tem que criar fundos soberanos para financiar o investimento nesse estado. Nós estamos ficando pra trás e eu vou ser um defensor do crescimento e desenvolvimento do estado a partir da iniciativa privada e do liberalismo econômico. Essa é a minha bandeira número um dentro da Assembleia e a defesa desses valores conservadores que é uma defesa mais na tribuna mesmo, porque são, às vezes, assuntos de nível nacional que são tratados no Congresso e não na Assembleia, mas eu vou continuar, porque tem que emprestar a minha voz para os meus eleitores. A defesa do homeschooling, por exemplo, é uma pauta que pode ser estadual, que foi aprovada na Assembleia e foi vetada pelo Eduardo Leite, eu vou trazer de volta para que a gente possa, de certa forma, atender o nosso eleitorado […]. As minhas convicções são baseadas em muito estudo, em muito fundamento, não é uma convicção baseada na conveniência. É uma convicção em estudos, observação, experiências na iniciativa privada, em visitas a diversos países do mundo. Tive a oportunidade de visitar mais de 50 países, sempre a negócios, então toda essa experiência a gente vai emprestar para a Assembleia.

Foto: Bianca Pezzi/Câmara Caxias

Denise Pessôa (PT)

Vereadora de Caxias do Sul desde 2008, quando tinha 25 anos, hoje Denise Pessôa tem 39 anos e é arquiteta e urbanista formada pela UCS, com MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades e especialização em Gestão Estratégica de Políticas Públicas. Em 2018, foi candidata a Deputada Estadual, mas não se elegeu.

DENISE – É importante dizer que foi uma construção coletiva, a partir, claro, do Partido dos Trabalhadores, mas de uma necessidade da região de retomar uma representação importante na Serra Gaúcha. Foi construído aí com vários seguimentos da sociedade, com movimentos sociais, mas, acima de tudo, através do Partido dos Trabalhadores. A gente [mandato] vai defender as pautas que a gente já vem atuando e que são importantes também aqui para a nossa região. A gente entende que o fortalecimento do SUS é essencial para o momento que a gente está vivendo. Além disso, investimentos maiores na área da educação, a retomada de políticas habitacionais. Eu sou arquiteta de formação e isso também é algo importante pra mim. A retomada de programas como Minha Casa, Minha Vida, além de garantir o acesso à moradia, também desenvolve um setor econômico da sociedade. A gente precisa retomar também políticas de valorização do salário mínimo, retomada de políticas de geração de trabalho e renda, e, é claro, apoiar a indústria nacional e agricultura familiar porque são dois setores bem importantes para a nossa região. A garantia dos direitos fundamentais e direitos humanos, que sempre pautou o nosso trabalho.

Foto: Bianca Pezzi/Câmara Caxias

Mauricio Marcon (Podemos)

Mauricio Marcon tem 35 anos, é empresário e formado em Economia pela UCS. Vai para o primeiro mandato como deputado federal. Em 2020, foi o vereador mais votado de Caxias do Sul, pelo Novo. Porém, após criticar o processo seletivo para escolha do candidato que representou a legenda nas eleições presidenciais, foi expulso do partido no ano passado e ingressou no Podemos.

MAURICIO: Eu pretendo levar para Brasília a mesma coisa que me levou a chegar lá. Serei o mesmo Marcon lá do que aqui. E as principais propostas são prisão em segunda estância, é urgente. A questão da liberdade econômica. A gente precisa copiar o que deu certo no mundo. Criar um movimento paralelo a CLT, mantendo a CLT, mas criando uma outra forma de contratação. Seria algo parecido com a Carteira Verde Amarela, que copia mais ou menos o modelo de contratação dos Estados Unidos. Uma outra coisa que eu também quero legalizar são os jogos de azar, cassinos no Brasil. E fazer um trabalho que de orgulho a esses 140.634 votos de pessoas que deram seu voto de confiança a mim e a gente quer fazer um bom trabalho lá para que possa orgulhar quem votou na gente.

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