Rebelião no Presídio causa danos estruturais

Notícia atualizada em 08.05.2014, às 23h13

O saldo da rebelião registrada nesta quinta-feira, dia 8, no Presídio Estadual de Bento Gonçalves é de uma estrutura interditada, dezenas de apenados transferidos, alguns feridos e de, mais uma vez, muito medo entre pessoas que moram, trabalham ou passam pelo Centro. O motim de presos foi controlado depois de cerca de 4h – eles atearam fogo nos primeiros colchões por volta das 8h após celulares e drogas terem sido encontrados na cela 7 durante uma revista e o batalhão de choque de Caxias do Sul invadiu o local ao meio-dia. Em entrevista, o delegado regional penitenciário, Ronieverton Fernandes, confirmou que houve vários detentos com escoriações (provavelmente causadas pelos tiros antimotim). Três apenadas também passaram mal após inalarem fumaça e foram encaminhadas para atendimento médico.

Das 11 celas, pelo menos cinco celas foram destruídas pelo fogo e tiveram danos estruturais – a situação mais grave é a da número 11, que corre o risco de desabamento e está interditada. A Susepe solicitou a transferência de 1/3 dos presos, ou seja, cerca de 70 – hoje são 210, em média. Durante a tarde, 18 mulheres foram transferidas para presídios de Caxias do Sul e 6 homens para Osório. À noite, foram encaminhados também 3 apenados para Passo Fundo, 5 para Bagé, 5 para Ijuí, 17 para Santa Maria e 5 para Uruguaiana. Até o momento a Susepe confirmou que 59 presos, entre homens e mulheres, foram transferidos.

Mais cedo, ainda no fim da tarde, autoridades e órgãos de segurança estiveram reunidos para decidir se o prédio será interditado ou não. O presídio teve grandes danos estruturais após rebelião. Pelo menos uma cela corre risco de desabar. O promotor do Ministério Público, Gilson Borguedulff Medeiros, pediu que o poder judiciário concorde em cessar as atividades do atual presídio. Isso significaria o fim dos trabalhos na atual casa prisional do município com a transferência de 100% dos apenados. “O atual local do presídio não tem mínimas condições para abrigar os apenados”, afirmou o promotor. O caso agora está sendo analisado pelo juiz de Direito Rudolf Carlos Reitz. 

Este foi a primeira rebelião após a conclusão da cobertura do pátio com tela, o que impediu o arremesso de drogas, celulares e armas para dentro da penitenciária. 

Reportagem: Jonathan Zanotto, Jorge Bronzato Jr., Priscila Pilletti e Greice Scotton

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