Rebelião se agrava no Presídio de Bento Gonçalves

Notícia atualizada em 08.05.14, às 15h40

Uma rebelião ocorreu nesta quinta-feira, dia 8, no Presídio Estadual de Bento Gonçalves. Por volta das 8h, apenados atearam fogo em colchões e os jogaram no pátio da casa prisional. A revolta iniciou após drogas e celulares terem sido encontrados na sala 7 durante uma revista que desagradou aos presos.

Por volta das 10h, após algumas tentativas de contenção, os presos voltaram a atear fogo em colchões, desta vez dentro da cela 6. Os apenados também quebraram uma parede, abrindo passagem entre as celas 6 e 10, e incendiaram o interior delas. O Corpo de Bombeiros está no local, tentando apagar o fogo. Os presos atiraram pedras contra os policiais e houve disparos de tiros antimotim. 

A BM solicitou reforço policial de cinco municípios da região – Caxias do Sul, Monte Belo do Sul, Farroupilha, Garibaldi e Carlos Barbosa – e de uma equipe de Porto Alegre que veio a Bento Gonçalves para traçar uma estratégia de retomada do controle da penitenciária. “Há anos, alertamos sobre a situação do Presídio local, que é uma bomba-relógio”, afirmou o major José Paulo Marinho, comandante do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (3º Bpat).

Junto com o diretor do presídio, Edson Carlos Righi de Menezes, Marinho comandou a negociação com os apenados para conter a situação. Três apenadas passaram mal com a fumaça e pelo menos um detento foi atingido por um tiro antimotim. Eles foram encaminhados para atendimento médico e passam bem. Não há informações sobre o número de eventuais feridos no interior da penitenciária.

O Batalhão de Choque de Caxias do Sul invadiu o presídio por volta do meio-dia para tentar amenizar a situação. A tropa de Porto Alegre chegou pouco depois e não precisou intervir. 

Quatro celas foram destruídas pelo fogo e há danos estruturais em várias delas. A cela 11 corre risco de desabamento. Todas estão interditadas. Durante a tarde, deve ocorrer uma reunião com o Ministério Público na qual deve ser solicitada a interdição total do presídio.

A Susepe solicitou a transferência de 1/3 dos presos, ou seja, cerca de 70 – hoje são 210, em média. Durante a tarde, 18 mulheres foram transferidas para presídios de Caxias do Sul e 6 homens para Osório. Devem ser encaminhados também pelo menos 10 detentos para Santa Maria, 5 para Passo Fundo e 5 para Bagé. A transferência depende de viaturas, que estão sendo providenciadas.

O trânsito na rua Assis Brasil, entre a José Mário Mônaco e a 13 de Maio, permaneceu interditado durante todo o dia.

Reportagem: Jonathan Zanotto, Jorge Bronzato Jr., Priscila Pilletti e Greice Scotton

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