Recém-nascida morre após mãe ficar dois dias em trabalho de parto no RS
A família diz que houve negligência médica, porque a equipe do hospital do município teria se recusado a realizar uma cesariana, mesmo sabendo que a mãe havia sofrido um sangramento
Um recém-nascido morreu, na segunda-feira, 11/03, após a mãe ficar dois dias em trabalho de parto em São Luiz Gonzaga, no Noroeste do Rio Grande do Sul. A família diz que houve negligência médica, porque a equipe do hospital do município teria se recusado a realizar uma cesariana, mesmo sabendo que a mãe havia sofrido um sangramento. Para a família, a espera pelo parto normal teria aumentado as complicações.
O caso foi denunciado pela família à Polícia Civil, que apura a ocorrência. Em nota, o Hospital São Luiz Gonzaga diz que está à disposição das autoridades para ajudar na apuração e investigação dos fatos.
O Hospital São Luiz Gonzaga também lamentou o ocorrido e disse que está tomando as providências necessárias junto à Comissão de Ética e Assessoria Jurídica. O comunicado ainda fala que a administração do hospital não tem competência para intervir em decisões e procedimentos médicos e que os profissionais têm autonomia nas decisões.
Segundo o pai, Eduardo da Luz Oliveira, de 21 anos, a família procurou o hospital no sábado, 09/03, por causa do sangramento que a mãe, Gislaine Caroline Souza Melo, de 23 anos, teve na noite anterior. Mesmo assim, ela teria sido liberada para voltar para casa.
No meio-dia de domingo, 10/03, a bolsa estourou, e a família foi novamente para o hospital. Mais uma vez, a mãe teria sido liberada para voltar para casa. A gestante só foi internada durante a noite, quando voltou ao hospital relatando dores.
O pai ainda diz que a equipe médica falou que o parto seria feito apenas no outro dia e de forma natural, mesmo com a família insistindo que fosse realizada uma cesariana em função do quadro de saúde da mulher.
A cesariana ocorreu apenas na segunda, quando, segundo o pai, os médicos viram o risco de vida da criança. A menina chegou a nascer, mas morreu minutos depois.
No atestado de óbito, consta que a criança morreu por insuficiência e parada cardiorrespiratória, além de pneumonia por aspiração de mecônio, que é a matéria fecal produzida pelos intestinos antes do nascimento do bebê.
Fonte: g1 RS