Rede de esgoto continua sendo uma incógnita

A falta de registros sobre a localização da rede de esgoto cloacal e pluvial em Bento Gonçalves, noticiada com exclusividade pelo SERRANOSSA em setembro de 2010, continua sendo um empecilho técnico importante para obras de maior porte. Um ano e meio depois, a prefeitura e a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) seguem buscando alternativas para localização das galerias. O pouco que se sabe foi descoberto através de intervenções pontuais, como vazamentos, dificuldades de escoamento de água e realização de obras, como é o caso da reforma da Via Del Vino, no centro da cidade. 

Na época da reportagem, estava em discussão a possibilidade de um mapeamento tecnológico para detalhar a localização da rede de esgoto do município. Para isso, seria necessário que um técnico especialista e devidamente protegido com roupas e equipamentos de segurança acessasse a rede de esgoto através do chamado poço de inspeção, perfurado no início da rede, e caminhasse dentro das galerias com equipamento de filmagem e de localização global (GPS). O mapeamento serviria para nortear novas obras e facilitar a manutenção das redes antigas. Entretanto a alternativa foi descartada em função do alto custo.

Centro interditado

A dificuldade foi sentida durante as obras na Via Del Vino, que já se arrastam por cinco meses. Como a ideia é tornar toda a rede elétrica subterrânea, foram necessárias escavações, o que fez com que parte das galerias do quadrilátero central ficassem expostas e evidenciassem o quanto a falta de mapeamento dificulta os trabalhos. “No fim, optamos pelo mais difícil. Começamos as obras e fomos resolvendo os problemas à medida que eles apareciam”, comenta o secretário de Gestão Integrada e Mobiliade Urbana, Heber Moacir dos Santos.

Quando a prefeitura iniciou a abertura das valas, em uma extensão de 40 metros, foram encontrados oito tipos de linhas ou redes que exigiram identificação para verificar se estavam ativas ou não. Ele conta que, em alguns casos, foi preciso esperar que chovesse para saber se a rede estava em funcionamento. “Optamos por não mexer na estrutura existente para evitar problemas. As redes inativas não foram retiradas”, comenta.

Esses entraves fizeram com que houvesse atraso em relação ao cronograma inicialmente previsto para as obras. Apesar disso, os prazos devem ser respeitados. “O pior já passou. Houve atraso em algumas etapas, porém outras estão adiantadas”, garante. A expectativa é de que a obra seja totalmente finalizada entre o final de maio e o início de junho.

Cadastro

Para evitar que os problemas se repitam no futuro, as novas redes estão sendo cadastradas à medida que são colocadas. “Foi algo que faltou ser feito no passado”, observa o secretário. O mesmo procedimento é adotado pela Corsan no assentamento da tubulação da rede coleta de esgotamento sanitário.  Mapear a rede será importante não só para novas obras, como para facilitar a manutenção das redes mais antigas. Isso porque podem existir pontos onde haja açoriamento, ou seja, desmoronamento de uma parede ou parte de uma galeria. Sem o conhecimento sobre por onde a rede passa, a localização de problemas assim só pode ser feita quando algo mais grave ocorrer.

Reportagem: Carina Furlanetto

 

Siga o SerraNossa!

Twitter: http://www.twitter.com/serranossa

Facebook: Grupo SerraNossa

Enviar pelo WhatsApp:
Você pode gostar também