Rede estadual enfrenta falta de professores

Mais uma vez o ano letivo na rede estadual de educação começa com falta de professores e servidores nas escolas de Bento Gonçalves. A situação mais crítica está no número insuficiente de profissionais para lecionar disciplinas essenciais como matemática e português. Faltam ainda professores de química e física e também para as séries iniciais. Visando amenizar os prejuízos, a 16ª Coordenadoria Regional de Educação (16ª CRE) deve fazer ajustes como a ampliação de carga horária para professores que tenham possibilidade e distribuição de horários entre escolas.

Para o coordenador da 16ª CRE, Enio Eliseu Cecagno, o déficit de profissionais se deve ao baixo investimento em educação realizado nos últimos anos. “Muitos profissionais optam por trabalhar na rede municipal, em escolas particulares ou trocam de emprego. Há outros ainda que se aposentam ou entram em licença, agravando cada vez mais a situação. Isso foi acentuado pela falta de concurso público para professores do Estado” conta Cecagno. Outro fator determinante é a instabilidade do quadro funcional. Isso porque, em alguns casos, o afastamento é solicitado de uma semana para outra. “Isso tudo é muito dinâmico. Podemos estar agora com tudo acertado. Se um professor liga e informa que irá entrar em licença, temos que ajustar tudo novamente”, explica.

O coordenador explica que a burocracia acaba atrapalhando a contratação mais imediata de um profissional para substituir outro. “Temos que fazer a solicitação à secretaria de Educação do Estado e aguardar o retorno. Chamamos o profissional, caso ele não queira assumir a vaga temos que fazer esse processo novamente, o que acaba atrasando a contratação do substituto”, justifica.

Em Bento Gonçalves o déficit maior é de profissionais que lecionam física, química, língua portuguesa, biologia e séries iniciais. Algumas instituições optam por aumentar a carga horária de disciplinas nas quais existe professor para compensar a falta de profissionais.

  • Vinícola Garibaldi
  • Ótica Debianchi

Problemas na limpeza

  • Vinícola Garibaldi

Outro problema que está sendo enfrentado por algumas escolas na cidade é a falta de servidores para realizar a limpeza e auxiliar nos serviços internos. “O governo do Estado havia terceirizado o serviço, mas a empresa acabou não cumprindo com seu dever e uma nova licitação deve ser realizada para contratar novos servidores”, explica Cecagno.

Vagas sobrando

Segundo o coordenador da 16ª CRE, Bento Gonçalves não enfrenta falta de vagas para alunos na rede Estadual neste ano. “O que acontece são algumas inscrições tardias. Mas não existe falta de vagas. Em algumas instituições estão até sobrando”, conta. Ele destaca que a maior procura por vagas em Bento é para o primeiro ano do Ensino Médio.

Em Caxias a situação é semelhante. Apesar de o ano  letivo já ter começado, as matrículas ainda passam por um período de ajustes. Segundo a secretária municipal da Educação, Jaqueline Marques Bernardi, não há falta de vagas na cidade. “Neste período estamos resolvendo, principalmente, os casos de pessoas que mudaram de endereço para fora do zoneamento da escola em que o aluno estava matriculado e de quem está vindo morar em Caxias agora”, destaca.

A Central de Matrículas serve para otimizar esse processo de organização das vagas e transferências. As regiões com maior demanda, de acordo com a secretária, são a do Desvio Rizzo e Zona Norte, por serem mais populosas.

Os ajustes estão previstos para encerrar até a metade de março. A secretária ressalta que o período de matrículas e rematrículas iniciou ainda no final do ano passado, mas muitas pessoas acabam deixando para procurar na última hora. “Esse atraso acaba levando por água abaixo o planejamento que havia sido feito”, comenta. As estatísticas com os dados do início do ano letivo devem ser divulgadas até o final de março em Caxias.

Reajuste

O Ministério da Educação anunciou no final de fevereiro que o piso salarial nacional dos professores será de R$ 1.451, o que equivale a um reajuste de 22,22% em relação ao ano anterior. A exigência para receber esse valor é que o professor tenha nível médio e jornada de 40 horas semanais. A aplicação do piso é obrigatória conforme a lei federal 11.738, de 16 de junho de 2008.

 

Reportagem: Katiane Cardoso e Francine Ghiggi

Siga o SerraNossa!

Twitter: http://www.twitter.com/serranossa

Facebook: Grupo SerraNossa

Enviar pelo WhatsApp:
Você pode gostar também