Rede subterrânea ainda exige adequações

A remoção dos postes na Via Del Vino, finalizada em abril, não foi a última etapa das obras de implantação de rede subterrânea na praça central. Desde então, passados cinco meses, prefeitura e Rio Grande Energia (RGE) ainda negociam para que a concessionária assuma definitivamente o gerenciamento do serviço no local. O principal motivo do impasse é a necessidade de adequações no projeto, cobradas pela companhia mas ainda não executadas pela administração.

Entre os itens que exigirão modificações, está a substituição das tampas que cobrem as caixas de energia, que são de concreto e devem ser trocadas por outras de ferro, e mudanças em alguns ramais que fazem a ligação com as edificações do entorno, que estão aparentes e deveriam ser embutidas. Outro ponto é a troca de rede de uma empresa de telefonia.

A secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana, que no governo anterior coordenou o andamento das obras, tenta agora comparar a proposta original e a licitada, para identificar se houve, ao longo do processo, alguma alteração que resultou no uso de um modelo diferente do padrão adotado pela RGE. O objetivo é também verificar se, à época, o empreendimento teve aval da companhia para seguir adiante. “Precisamos dessas informações para questionar a RGE e, se necessário, até a forma como foi conduzida a licitação. Mas tem que ser um documento oficial, e não algo apenas verbal”, afirma o secretário Mauro Moro.

Apesar de não informar nenhum prazo, a secretaria de Obras garante que há condições de executar as melhorias ainda neste ano. Em um breve comunicado, a Diretoria de Comunicação Empresarial e Relações Institucionais da RGE informa que espera pela apresentação, por parte da prefeitura, de um projeto com as adequações. “Estando de acordo com os requisitos mínimos de segurança, a RGE fará a liberação da fiscalização para se responsabilizar pela gestão técnica da rede subterrânea, bem como para energizar a rede para seu funcionamento regular”, diz o texto.

Quadrilátero central

Nesta quarta-feira, a prefeitura retomou, internamente, a discussão sobre as obras no quadrilátero central, que inclui ruas como a Cândido Costa, Marechal Floriano, Júlio de Castilhos e Saldanha Marinho, e teve como primeira fase justamente a revitalização da Via Del Vino. De acordo com o secretário de Governo, Cesar Gabardo, a administração começa agora a rediscutir a proposta, que deverá sofrer várias adaptações. “O projeto é antigo, e nesses últimos anos o Centro mudou muito. Temos mais veículos e mais pedestres circulando. O que posso dizer é que, com certeza, ele vai ser praticamente todo revisto, tanto em termos de obra quanto no que se refere à fonte de recursos”, explica Gabardo.

Como exemplo, ele cita os casos da Cândido Costa e da Marechal Floriano, onde originalmente estavam previstas melhorias nos passeios públicos, inclusive com a retirada de vagas de estacionamento. A intenção é avaliar a possibilidade de, também nesses trechos, transferir a fiação para redes subterrâneas. “Mudar as calçadas é importante, especialmente no que se refere à acessibilidade, mas não há sentido em fazer apenas isso. A população parece ter recebido bem a instalação da rede subterrânea, é uma coisa que deu certo, por isso vamos estudar. Algumas decisões são polêmicas, mas não vamos descartar a discussão disso com a comunidade. O que queremos é fazer os ajustes para entrar em 2014 com obras”, finaliza o secretário.

Mais de dois anos

As obras de revitalização da Via Del Vino iniciaram no final de junho de 2011. A conclusão da transferência do cabeamento para a rede subterrânea, entretanto, ocorreu somente em novembro do ano passado. A etapa seguinte, que seria a remoção dos postes, foi adiada por pelo menos mais cinco meses, em função da crise financeira enfrentada pela prefeitura, sendo executada somente em abril deste ano.

Reportagem: Jorge Bronzato Jr.


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