Redes de esgoto: um problema de R$ 10 milhões

Com pelo menos cinco grandes projetos prontos e outros em elaboração, a prefeitura garante que já está encaminhando alternativas para solucionar, definitivamente, os frequentes problemas em galerias de esgotos causados por fortes chuvas que atingem a cidade. A execução das macro-obras, entretanto, dependerá da busca de recursos. A estimativa da secretaria de Viação e Obras Públicas é de que sejam necessários R$ 10 milhões para sanar os transtornos em vários pontos do município (veja locais no quadro).

Em visita à redação do SERRANOSSA nesta semana, o secretário Sérgio Gabrielli e o adjunto Henrique Nuncio abordaram o planejamento do Poder Público para os próximos meses e garantiram que, à medida que as verbas forem conquistadas, as licitações serão lançadas e as ações maiores começarão a se tornar realidade. A recente intervenção na rua Fiorelo Bertuol, no bairro Borgo, era uma das que estavam na lista de prioridades e acabou sendo antecipada.

Entre as próximas, por exemplo, estão a instalação de pelo menos 750 metros de novos canos na avenida São Roque – no trecho que desemboca no bairro Nossa Senhora da Saúde – e uma grande obra no bairro Imigrante, que iniciará já no limite com o São Bento. A renovação ou implantação das novas redes contemplará, principalmente, encanamentos com maior diâmetro, de 1 ou 1,5 metro, e a construção de caixas coletoras para controlar o fluxo de esgoto. “Hoje, 80% da tubulação da cidade são de 40 anos atrás, ainda com 40cm ou 60cm de diâmetro”, explica Gabrielli.

A situação se agrava quando, normalmente após transtornos causados por chuvas, se verificam casos de crescimento desordenado, mais difíceis de serem resolvidos. “Um dos grandes problemas que nós temos hoje é que foram feitas muitas tubulações passando por terrenos em que estão casas e empresas. E hoje é muito difícil consertar essas tubulações antigas, porque até não dar algum problema nós não sabemos o que tem ali embaixo”, completa Nuncio.

Outro ponto importante destacado pelos secretários diz respeito ao entupimento das bocas de lobo, que agravam ainda mais situações complicadas em dias de temporal. Nesse aspecto, eles citam tanto construções, que despejam detritos de obras nos bueiros, como moradores que não respeitam o horário adequado para coloca o lixo para fora de casa, fazendo com que, em muitos casos, os sacos sejam levados pela água das chuvas.

Imigrante

A moradora de um beco com acesso pela rua João Casagrande, no Imigrante, afirma que, em todos os dias de chuva, alguma residência acaba alagada com a água do esgoto, justamente do córrego que nasce no São Bento, caso para o qual a prefeitura já tem projeto, mas ainda busca recursos para a execução. “Sempre que o tempo fica propício para chuva, fico com dor de cabeça pela preocupação que alague nossa casa de novo”, lamenta Adriana Mosconi.

Santo Antão

Outro caso antigo de reclamação é de moradores da rua Padre Rui Lorenzi, no bairro Santo Antão. As moradoras Cleuzir Colla e Sabrina Segatto relatam que um velho problema de tubulação pluvial voltou a trazer transtornos nos últimos dias. “A tubulação não suporta o volume de água, que acaba voltando pelos canos das casas e alagando tudo”, afirma Cleuzir. O problema foi novamente constatado na chuva do último domingo, dia 1º, mas se repete desde 2007.

Uma reforma na tubulação chegou a ser feita há cerca de um ano. “Naquela ocasião, uma retroescavadeira da prefeitura chegou a cair no buraco. Agora, a Defesa Civil esteve aqui e condenou parte da rua, que pode ceder a qualquer momento. Eles interditaram esse trecho que pega bem a entrada da garagem. Então, não podemos utilizar esse espaço. Nosso problema é quanto tempo vai demorar para que isso seja resolvido”, questiona Sabrina.

Vila Nova 3

Sem calçamento, a rua Aldérico Copat, no bairro Vila Nova 3, sofre constantes deslizamentos de terra, principalmente com tempo chuvoso. Cerca de dez famílias dos arredores tiveram parte de suas casas tomadas por lama e pedras após a chuva do dia 1º. A parte inferior de uma das residências foi totalmente invadida por água pela segunda vez, deixando barro por até dias depois. O proprietário conta que, com a enxurrada, ferramentas e uma geladeira ficaram danificadas. Outra família reclama da falta de acessibilidade para um morador cadeirante, inclusive para a ambulância da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Os projetos cruciais
– Avenida São Roque (Nossa Senhora da Saúde)
– Rua João Casagrande (Imigrante)
– Domênico Zanetti (Loteamento Zanetti/Imigrante)
– Rua Júlio de Castilhos com Marques de Souza (São Francisco)
– Rua Livramento (Juventude)
– Rua Antônio Michelon (Santa Rita)
– Ruas 13 de Maio/Saldanha Marinho/Travessa Berquetti (Centro)
– Rua Giovani Grando Filho (Licorsul)
– Rua Mário Morassutti (Cohab)
– Rua Beatriz Dall’Onder (Vila Nova)


Reportagem: Jorge Bronzato Jr.; Jonathan Zanotto e Priscila Pilletti

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