Regulamento Técnico de Identidade do Queijo Colonial Artesanal é tema de debate na Expointer
O objetivo do encontro direto de Esteio foi estabelecer a identidade e os requisitos mínimos de qualidade, que deverão ser apresentados pelo queijo colonial artesanal destinado ao consumo humano
Estabelecer a identidade e os requisitos mínimos de qualidade, que deverão ser apresentados pelo queijo colonial artesanal destinado ao consumo humano. Este é o objetivo do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Queijo Colonial Artesanal, trabalho desenvolvido pela Emater/RS-Ascar e que foi apresentado na manhã desta sexta-feira, 02/09, durante o 6º Seminário de Queijos Artesanais, realizado na 45ª Expointer, em Esteio. Na ocasião, cerca de cem pessoas acompanharam este e outros painéis, no Auditório da Administração do Parque de Exposições Assis Brasil.
Ministrada pela extensionista da Emater/RS-Ascar, Bruna Bresolin Roldan, a palestra visou caracterizar o queijo colonial artesanal, que é elaborado a partir da produção própria ou de origem determinada, resultante de técnicas predominantemente manuais, adotadas por pessoas que detenham o domínio integral do processo produtivo. A ideia, de acordo com ela, é salvaguardar o conhecimento que está sendo repassado de geração em geração, tomando por base o que já está descrito em legislações e portarias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Em sua manifestação, a extensionista abordou qual deve ser composição do produto e quais devem ser as suas características sensoriais, para que as particularidades de cada queijo sejam preservadas, relacionando cultura e história, conectando-a com a sanidade, qualidade e boas práticas. Questões relativas à cor, ao sabor, ao odor, à textura e ao formato, bem como as características distintas do processo de fabricação, de acondicionamento, de condições de conservação e comercialização de apresentação, também foram abordadas.
Bruna explicou ainda que o documento está em análise na Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), junto a outros departamentos, devendo o parecer ser publicado em breve. A apresentação da extensionista estabeleceu diálogo com o primeiro painel do dia, ministrado pela representante do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Seapdr, Larissa Bueno Ambrosini, que apresentou o resultado da pesquisa Queijo Colonial no Rio Grande do Sul: Resgate Histórico e Estudo do Mercado Consumidor, que integra o trabalho História do Queijo Colonial do Rio Grande do Sul.
O objetivo da pesquisadora foi registrar a história do queijo colonial no Estado, identificando a origem e conhecimentos envolvidos no processo, pessoas responsáveis pela produção dentro das unidades rurais, compreendendo ainda o papel do produto dentro das unidades de produção e suas transformações ao longo do tempo. Em sua manifestação, fez uma reconstrução histórica que, décadas atrás, tinha pouca representatividade econômica – era mais voltado ao consumo das famílias – até chegar aos dias de hoje, com o fortalecimento das unidades de produção de leite e a consolidação das agroindústrias familiares.
O evento foi concluído com o painel sobre o sistema de identificação Selo Arte: Identidade e Qualidade, concedido pelo Mapa a produtos naturais diferenciados, seguido de mesa redonda com debate sobre os temas. Além da Emater/RS-Ascar, da Seapdr e do Mapa, participaram do Seminário representantes de outras entidades, como a Famurs, Sicoob, Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), entre outras.