Relatório de auditoria aponta pagamento indevido de R$ 3,89 bilhões no Auxílio Brasil

Para receber o Bolsa Família, a principal regra é ter a renda mensal por pessoa de até R$ 218

Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

A Controladoria-Geral da União (CGU) publicou, na segunda-feira, 15/05, o relatório de auditoria que avaliou o programa Auxílio Brasil, que vigorou entre 2021 e 2022, em substituição ao Bolsa Família, durante o governo de Jair Bolsonaro.

Segundo a apuração, o cruzamento de diferentes bases de dados aponta que 462 mil famílias fora do perfil de renda do programa receberam o benefício, entre janeiro e outubro de 2022, com pagamento de mais de R$ 218 milhões por mês, totalizando cerca de R$ 2,18 bilhões no período avaliado.

“Dentre as famílias que tiveram rendimentos identificados pela equipe de auditoria nessas outras bases de dados governamentais, cerca de 75% possuíam membros que receberam benefícios na folha de pagamentos do INSS, enquanto cerca de 17% das famílias possuíam rendimentos registrados em GFIP [informações previdenciárias] no mês anterior à folha de pagamentos do PAB [Programa Auxílio Brasil] analisada”, diz o órgão.

Além disso, em outra análise, a CGU estima que falhas de controle no acompanhamento mensal de pagamentos pode ter gerado o pagamento indevido do Auxílio Brasil para cerca de 367 mil famílias, em média, por mês, no período de janeiro a outubro de 2022. A possibilidade de pagamento indevido é da ordem de R$ 171 milhões por mês, o que totaliza, no período, R$ 1,71 bilhão.

Apesar das falhas identificadas, a CGU informou que a auditoria mostrou que o processo de migração das famílias do Auxílio Brasil para o Bolsa Família “ocorreu de forma adequada e sem indicativo de que tenham ocorrido prejuízos aos beneficiários ou ao erário”.

Para receber o Bolsa Família, a principal regra é ter a renda mensal por pessoa de até R$ 218. A adoção das recomendações será monitorada pelo órgão de controle ao longo dos próximos meses.