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“Retratos Fantasmas” irá representar o Brasil no Oscar 2024

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Decisão foi anunciada nesta terça, 12/09, pela Academia Brasileira de Cinema; o filme, que é um documentário, foi dirigido por Kleber Mendonça Filho

Cartaz do longa documental brasileiro, Retrato Fantasmas de Kleber Mendonça Filho. Wikipedia/Divulgação

A Academia Brasileira de Cinema divulgou nesta terça-feira, 12/09, que o filme “Retratos Fantasmas” irá representar o Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional na edição do Oscar 2024. O documentário é dirigido pelo cineasta Kleber Mendonça Filho, que já dirigiu filmes como “O Som ao Redor”, “Aquarius” e “Bacurau” (em parceria com Juliano Dornelles).

Em pouco mais de 90 minutos, o longa trabalha memórias do diretor com os cinemas de rua do século XX de Recife, capital de Pernambuco e sua terra natal. Com o passar dos tempos, as mudanças na cidade e até na cultura de ir ao cinema resultaram nos amplos teatros se tornando ruínas – espaços em decadência que, ou seguem abandonados ou se tornaram algum monumento da arquitetura moderna.

De acordo com Ilda Santiago, presidente da comissão de seleção do representante, a discussão na Academia foi justa e buscou ouvir todos os envolvidos. “Foi uma reunião democrática, representativa em uma comissão ampla. A diversidade e qualidade dos filmes nos levou a três horas de debate até chegarmos ao título escolhido”, afirma.

O filme concorria com outros cinco, que haviam sido pré-selecionados pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais entre 28 longas brasileiros. Também estavam competindo por uma vaga os filmes “Estranho Caminho”, de Guto Parente; “Noites Alienígenas”, de Sergio Carvalho; “Nosso Sonho – A Historia De Claudinho E Buchecha”, de Eduardo Albergaria; “Pedágio”, de Carolina Markowicz; e “Urubus”, de Claudio Borrelli.

Confira o trailer:

Segundo o crítico gaúcho de cinema Waldemar Dalenogare, “Retratos Fantasmas” tem diversas qualidades que o tornam uma boa escolha. “’Retratos Fantasmas’ é um documentário que fala, não só sobre a paixão pelo cinema, mas propõe uma reflexão muito especial sobre cotidiano. Propõe uma reflexão muito especial também sobre costumes que acabaram ficando de lado. O Centro como referência, essa jornada que você tem de cinefilia nos cinemas de rua.”

Na visão de Dalenogare, a projeção internacional do filme fez a diferença na hora da escolha. “O filme precisa ter visibilidade nos Estados Unidos para querer competir. E o mais importante: você não envia um filme que não está vinculado no circuito de festivais [de cinema]. ‘Retratos Fantasmas’ estreou no Festival de Cannes [França], com uma exibição especial. Passa pelo Festival de Toronto [Canadá] e vai passar no Festival de Nova Iorque [EUA]”, afirmou em vídeo publicado em seu canal no YouTube.

Vai ser indicado?

Ter sido escolhido como o representante brasileiro ao Oscar não significa que o filme já terá garantida uma indicação ao prêmio. Cada país indica um filme como seu representante para a disputa. O Oscar analisa essas indicações e faz uma pré-seleção, que será anunciada no dia 21 de dezembro. O anúncio oficial dos filmes que, de fato, vão concorrer ao principal prêmio do cinema mundial será feita no dia 23 de janeiro de 2024. Já a cerimônia que premia os melhores filmes do ano está marcada para acontecer no dia 10 de março de 2024.

Histórico brasileiro na Academia

O primeiro filme brasileiro a concorrer na categoria de Melhor Filme Internacional foi “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte, que já havia conquistado a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Isso foi em 1963.

Antes disso, “Orfeu Negro”, dirigido pelo francês Marcel Camus e baseada na peça Orfeu da Conceição, do poeta brasileiro Vinícius de Moraes, concorreu e venceu a categoria de Melhor Filme Estrangeiro (atual Melhor Filme Internacional), em 1960. No entanto, co-produção franco-ítalo-brasileira premiou apenas a França, representante oficial do longa, apesar de quase todos os atores e locações serem brasileiros.

Depois vieram “O Quatrilho”, de Fábio Barreto (1996), gravado na Serra Gaúcha; “O Que É Isso, Companheiro?”, de Bruno Barreto (1998); e “Central do Brasil”, de Walter Salles (1999). Nenhum deles foi premiado. A última indicação do Brasil ao Oscar ocorreu em 2020, na categoria de Melhor Documentário com “Democracia em Vertigem”.

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