Retrospectiva 2011: Caso Eduardo

O que tinha tudo para ser mais uma história comovente de solidariedade em Bento Gonçalves ganhou contornos revoltantes e virou caso de polícia em 2011. O assunto foi noticiado em primeira mão pelo SERRANOSSA e ganhou repercussão nacional. A busca por um doador de medula que poderia salvar a vida de Eduardo Borges Stringhi, de 7 anos, mobilizou familiares, amigos e pessoas da comunidade em agosto. Menos de um mês depois, Eduardo já brincava feliz com colegas de escola e não apresentava sintomas. Ele não recebeu o transplante, tampouco qualquer tratamento específico para leucemia: médicos descobriram que a baixa imunidade era provocada pela injeção de substâncias no soro do menino.

A principal suspeita foi a mãe. O caso passou a ser investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios e Desaparecidos (1ª DHD) de Porto Alegre. O inquérito policial já foi remetido à Justiça e indiciou a mãe do menino por tentativa de homicídio com qualificadores por uso de meio cruel e por não ter dado chance de defesa à vítima. A desconfiança dos médicos que atendiam Eduardo em um hospital de Porto Alegre começou após a constatação da ineficácia de alguns tratamentos e da instabilidade do quadro de saúde do menino, apesar da manutenção dos medicamentos.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Cléber dos Santos Lima, conforme o que foi apurado durante as investigações, a mulher sofre de Síndrome de Munchausen por Procuração, uma doença psiquiátrica que ocorre quando uma pessoa, de forma persistente ou intermitente, produz, fabrica, simula ou inventa, intencionalmente, sintomas em outra, fazendo com que esta seja considerada doente, ou provocando ativamente a doença, colocando-a em risco e numa situação que requeira diagnóstico e tratamento.

 

Carina Furlanetto

 

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