Retrospectiva 2011: extensão da UFRGS
Depois da briga regional pela vinda de um aeroporto para a Serra Gaúcha, Bento Gonçalves e Caxias do Sul encamparam a disputa para sediar uma extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). A pergunta que fica no ar é: quem vai vencer esta nova batalha?
O prefeito de Bento, Roberto Lunelli, prefere não falar em uma disputa entre as duas cidades. “O que devemos comemorar é que vamos ter uma Ufrgs na Serra e que o convênio já foi assinado”, salienta. “Na pior das hipóteses, teremos que andar 40 ou 50 quilômetros”, complementa. O que está em jogo, na visão de Lunelli, é qual a cidade que reúne as melhores condições. Os argumentos defendidos pelos bento-gonçalvenses, com foco na questão geográfica, são os mesmos utilizados na disputa pelo aeroporto regional: se a sede for em Caxias, para estudantes de alguns municípios é mais vantajoso deslocar-se até Porto Alegre.
Tanto Bento como Caxias lançaram campanhas municipais em prol da extensão da Ufrgs. Em Bento Gonçalves, o lançamento oficial do movimento chamado “Vem Ufrgs Vem” aconteceu no desfile cívico de 7 de setembro. Em Caxias do Sul, foi lançada, também em setembro, a campanha “Agora é unir para conquistar”, que reúne mais de 50 entidades caxienses em esforço para que o campus da Ufrgs na região seja instalado na cidade.
O Ministério da Educação (MEC) e a Ufrgs promoveram três audiências públicas na região para tratar da instalação do campus. Além de Caxias e Bento, Veranópolis também sediou um dos debates. Nas duas maiores cidades serranas, as discussões giraram em torno da briga entre elas para sediar a extensão. Veranópolis inovou ao apresentar uma proposta mais concreta para a reitoria da universidade: a área para se instalar. A oferta foi feita pelo diretor administrativo da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Felipe Ortiz. Ele colocou à disposição da Ufrgs uma área de 20 hectares, localizada entre Veranópolis e Vila Flores, no caminho para Nova Prata.
Escolha ficará para 2012
De acordo com o vice-reitor da Ufrgs, Rui Vicente Oppermann, deverá ser feita uma avaliação do processo de audiências públicas, o que servirá de base para a elaboração do projeto político-pedagógico a ser registrado no Ministério da Educação. Oppermann destaca que a universidade não decidirá sozinha o modelo de campus a ser implantado, tampouco o local, e que deseja contar com o apoio da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) nesse processo. Para que futuros campi, como é o caso da extensão da Ufrgs na Serra, possam sair do papel, Oppermann esclarece que é necessário que o Congresso Nacional aprove a contratação de dez mil novos funcionários, entre eles professores, para as universidades federais.
Na semana passada, a Amesne anunciou que defenderia informalmente a instalação de dois campi da Ufrgs na Serra, um para atender a região de Caxias do Sul e Bento Gonçalves e outro para a região de Veranópolis e Marau.
Saiba mais
A UFRGS é a mais antiga universidade pública do Estado e sua comunidade – professores, servidores técnico-administrativos e estudantes – vem construindo um ensino de graduação de reconhecida qualidade. Recentemente, avaliações de institutos internacionais a colocaram em destaque no cenário latino-americano e mundial; avaliações do Ministério de Educação a posicionam entre as três principais universidades do país.
Carina Furlanetto
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