Réu é considerado culpado e condenado

Valtair Padilha Cavalheiro, 54 anos, autor dos disparos e facadas que mataram Algacir Antônio da Silva Borges, então com 50 anos, em 28 de junho de 2011, no interior de uma cabanha (local de criação de cavalos), no bairro Pradel, foi considerado culpado pelos jurados – três homens e quatro mulheres. Ele foi sentenciado a 14 anos e dois meses de reclusão em regime fechado. Da decisão ainda cabe recurso.

Cavalheiro e a vítima trabalhavam juntos no local há alguns anos e, em outras oportunidades, haviam se desentendido e não mantinham um bom relacionamento. No dia do crime, Borges estava acompanhado do filho, na época com nove anos de idade, que presenciou o fato. De acordo com o depoimento do garoto, o acusado se aproximou, já com a arma em punho, e teria falado apenas “agora tu vai ver”. Na sequência, começou a atirar. A vítima ainda teria tentado chamar a atenção do réu para a presença do filho no local, porém, sem sucesso. Mesmo com a vítima já ferida e caída, Cavalheiro sacou sua faca e atingiu Borges pelas costas.

O réu alegou legítima defesa e informou que, no dia do ocorrido, ele e a vítima discutiram em razão de um galpão que havia sido desmanchado. Borges estaria com uma foice na mão – o filho da vítima informou que o equipamento estava em seu poder, após eles cortarem o pasto para os animais –, e o teria ameaçado, momento em que Cavalheiro sacou o revólver e atirou uma vez. Depois de cometer o crime, o réu fugiu para Farroupilha, por medo de represálias, e se apresentou na Delegacia de Polícia passados dois dias, onde entregou o revólver calibre 38 utilizado por ele. Cavalheiro alegou ter jogado fora a faca.

O acusado afirmou, ainda, que não tinha intenção de matar a vítima, tendo agido apenas em legítima defesa, e que as desavenças entre eles aconteciam há cerca de dois anos, uma vez que Borges fazia fofocas a seu respeito e implicava com ele, prejudicando-o no local de trabalho.