Reunião discutirá futuro da Gota D’água
Uma reunião marcada para a próxima semana discutirá o futuro da Associação Gota D’água. A entidade, voltada para o atendimento de pessoas com transtorno do espectro autista, está com as portas fechadas desde junho deste ano. O encontro vai reunir representantes do Poder Público e da entidade em busca de uma solução para a retomada dos trabalhos.
A entidade conta com 38 associados, em sua maioria adolescentes e adultos. Uma das fundadoras da associação, Anita Nery Smalti, mostra-se preocupada com a situação. “São pessoas que precisam de uma atenção diferenciada. No caso do meu filho, percebi que essa falta de atendimentos afetou o relacionamento dele com os outros. Há relatos também de aumento da agressividade, em casos mais graves”, comenta.
Neste ano os atendimentos foram prestados de janeiro a maio, sem repasses públicos, custeados pela própria associação. “Estou nessa luta há 14 anos, mas cansei de lutar sozinha”, desabafa Anita.
De acordo com a secretária de Habitação e Assistência Social, Rosali Faccio Fornazier, o caso vem sendo acompanhado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica) e pelo Ministério Público (MP). Para que a entidade volte a receber os repasses, precisaria de um reordenamento. Rosali explica que o objetivo da prefeitura é oferecer auxílio e suporte tanto na área jurídica como para possibilitar a autossustentabilidade da Gota D’água. Segundo ela, algumas alternativas foram estudadas e serão apresentadas durante a reunião. “É um público que já é atendido pelos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Uma das possibilidades, por exemplo, seria oferecer um atendimento diferenciado nestes espaços”, complementa.
O presidente da Associação Gota D’água, João Lima, e a presidente do Comdica, Patrícia Giuriatti, foram procurados pela SERRANOSSA, mas preferiram não se manifestar até que haja uma definição sobre o caso.
Fundada em 2000 por um grupo de pais e amigos de crianças, jovens e adultos autistas, a entidade só começou a funcionar na prática em setembro de 2005. Em abril de 2012, foi inaugurada uma sede própria, construída ao lado do Ginásio Municipal de Esportes, em uma ação conjunta da construtora Poletto, Fiema e Rotary São Francisco.
O autismo
O transtorno do espectro autista é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos, em intensidades diferentes. Essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos, ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do desenvolvimento. O autismo pode ser associado com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, às vezes, o portador pode ter dificuldades de aprendizagem em diversos estágios da vida.
Reportagem: Carina Furlanetto
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