Revoluções por minuto

Escrevo este texto no dia de Tiradentes. Tiradentes foi um dos líderes da inconfidência mineira, movimento que teve lugar no Brasil entre 1789 a 1792, e surgiu do descontentamento contra o quinto, imposto cobrado pela coroa portuguesa, tido por exacerbado pela população. Ele tinha, pois, ideais de vida e de libertação. Ideais esses que lhe renderam a morte.

Mahatma Ghandi, da mesma forma, dentre as lutas travadas por seus ideais, teve a “Marcha do Sal”, quando ele e outros camponeses percorreram por 124 milhas, desafiando o governo britânico e estimulando o camponês a fazer o próprio sal. Isso porque, à época, a coroa britânica instituiu-se como monopólio para a fabricação de sal e, com isso, sua principal colônia, a Índia, teve consequências nefastas economicamente, aumentando seu empobrecimento.

Tiradentes foi condenado à morte, e teve seu corpo esquartejado e espalhado pelo estado de Minas Gerais, para que todos vissem as consequências àqueles que se levantassem contra o império. Ghandi, por sua vez, apesar de preso em diversas oportunidades, foi morto por um hinduísta fanático, que o assassinou em nome dos seus próprios ideais, e acabou fazendo dele um ícone ainda maior de luta pacífica.

Nelson Mandela, nessa linha, teve como ideal de vida a igualdade, lutando contra as leis do Apartheid. O que poucos sabem é que Mandela, também por meio pacífico, buscava não mostrar ao mundo que os negros são mais do que os brancos, mas, sim, que são iguais a esses. Não pretendia ele mais direitos, mas, sim, os mesmos direitos, tal qual deve ser, aliás.

Dos três, Mandela foi o único que teve morte natural. E foi também o único que, efetivamente, alcançou o poder, tornando-se presidente da África do Sul após a sua saída da prisão, nas primeiras eleições multirraciais de seu país. 

Eu mesmo nasci no dia em que se deu a revolução de 64. Meu pai preferiu isso a me ver alvo de chacotas na escola, nascendo em 1º de abril. Comemorada por alguns, atacada por outros, inegável é que se trata de um fato existente em nossa história não tão distante. E de grandes consequências, em todos os sentidos…

Há quem diga que o Presidente J. F. Kennedy foi morto por um movimento antirrevolucionário, já que a ideia dele sempre foi a mudança. Mudança de paradigmas, principalmente!

A verdade é que somos, todos, uma constante revolução. Cada um de nós, a cada minuto, vemos e vivemos – ou deveríamos ver e viver – constantes mudanças, silenciosas, pacíficas, internas, por meio das quais vamos evoluindo e nos tornando melhores. Afinal, como disse Dan Millman, mais uma vez trazendo para cá o filme que gosto muito, e que recomendo a todos, o “Poder Além da Vida”, “há sempre alguma coisa acontecendo”…

Até a próxima!

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