Rios: espaços mais perigosos para se banhar

Com a chegada das épocas do calor, as autoridades alertam para os perigos de banhos em rios, lagos, açudes e piscinas, entre outros. De janeiro até a primeira semana de novembro deste ano, três casos de afogamentos foram registrados nos rios que circundam a cidade. Dicas como evitar locais desconhecidos e com correnteza, banhar-se sempre na companhia de outras pessoas e moderar o consumo de alimentos e bebidas alcoólicas antes de entrar na água devem ser consideradas para impedir que um momento de diversão e descontração se torne uma tragédia. 

O caso mais recente vitimou Valdomiro Bortolini, de 45 anos. Ele morreu afogado no começo da noite da última sexta-feira, dia 1º, quando nadava no Rio das Antas. O  corpo foi localizado pelas equipes do Corpo de Bombeiros e de mergulhadores de Porto Alegre, na tarde do dia seguinte, próximo ao local onde havia sido visto pela última vez, na área da Usina 14 de julho, na divisa entre Bento Gonçalves e Cotiporã. “Os afogamentos estão relacionados diretamente com as condições dos locais utilizados para banho e pesca. A ação humana de desrespeito aos limites que a natureza impõe é que resulta nessas fatalidades”, ressalta o comandante do Corpo de Bombeiros de Bento Gonçalves, capitão Sandro Carlos Gonçalves da Silva. 

Casos 

O primeiro registro de afogamento na cidade aconteceu no final de janeiro. Jaques Vinícius de Aquino, de 24 anos, pescava com amigos, no dia 25, na localidade de São João, quando o barco virou e ele caiu na água. O corpo do jovem foi localizado somente dois dias após, nas proximidades do local onde havia desaparecido. Ademir Silva de Almeida, de 47 anos, foi a segunda vítima. Ele desapareceu no Rio das Antas, na tarde do dia 15 de fevereiro, quando se banhava na companhia de amigos. As buscas levaram cerca de 40 horas e contaram com o apoio dos mergulhadores de Porto Alegre. O corpo dele foi localizado na Linha José Júlio, entre Bento e Cotiporã, cerca de três quilômetros de onde ele havia sido visto pela última vez.

Dicas de prevenção

Se você não conhece o local e não sabe nadar, não entre na água;

Após as refeições, espere pelo menos três horas antes de se banhar;

Evite nadar sozinho e durante a noite;

Se ingerir bebidas alcoólicas, não entre na água;

Procure não se afastar da margem;Não salte na água a partir de locais elevados;

Não tente salvar pessoas em afogamento sem ser devidamente treinado;

Procure lançar objetos flutuadores para salvar as pessoas em vez da ação corpo a corpo;

Quando estiver em rios, observe a correnteza e a existência de buracos ou galhos submersos antes de entrar na água;

Em açudes e barragens, verifique a profundidade, os galhos e o lodo no fundo do local;

Quando em cascatas, fique atento à temperatura da água, que pode provocar choque térmico. Observe também a profundidade e a quantidade de pedras.

Mortes no Rio das Antas

Um levantamento realizado pelo setor de epidemiologia da secretaria municipal de Saúde de Bento Gonçalves (SMS) mostra que entre 1980 e 2012 foram registradas 94 mortes por afogamento no município. Entre as vítimas, 54% perderam a vida no Rio das Antas, um dos mais perigosos da Serra Gaúcha. Segundo os dados da SMS, 90,4% das vítimas de afogamentos eram homens, principalmente com idade entre 10 e 29 anos – eles morrem 9,5 vezes mais do que as mulheres. As mortes em água doce lideram as estatísticas locais, com 70% das ocorrências, mas há registro de mortes em piscinas, baldes, tanques e represas do município.

Reportagem: Katiane Cardoso


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