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RS registrou 87 feminicídios em 2023; Bento Gonçalves teve um caso

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Em comparação com 2022, ocorreu a diminuição de 21,1% nos casos; em Bento, uma jovem de 27 anos foi morta pelo esposo no mês de maio, no bairro Progresso

Foto: Polícia Civil/Divulgação

A Polícia Civil gaúcha divulgou o Mapa dos Feminicídios referente ao ano de 2023. O documento demonstra a realidade dos números envolvendo feminicídios no Rio Grande do Sul durante todo o ano passado, quando 87 mortes do tipo foram registradas em 62 municípios. Em comparação a 2022, houve diminuição de 21,1% nos casos.

Na comparação dos meses de novembro e dezembro de 2022 e 2023, sobretudo, houve uma redução de 50,9% nas tentativas de feminicídio; já os crimes consumados diminuíram 27,7%. Os dados são oriundos do Observatório de Violência Doméstica da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), compilados e analisados pela Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher (Dipam) do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV).

Confira os dados do Mapa dos Feminicídios na íntegra

Uma das ações da segurança pública que visa diminuir os casos de feminicídios consiste na criação de Salas das Margaridas, espaços especializados no acolhimento de vítimas de violência doméstica, familiar e de gênero por meio de um ambiente amplo, reservado e equipado com policiais capacitados para o atendimento às vítimas. As Salas das Margaridas são instaladas em Delegacias de Polícia que não são especializadas e são, atualmente, uma das principais políticas públicas da Instituição pelo fim da violência contra a mulher. Em todo o Estado existem 81 dessas unidades. Em 2022, eram 59 Salas.

Além das 21 Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAM), a Polícia Civil dispõe de Delegacias de Polícia de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPPGV), com a atribuição para atendimento das mulheres vítimas de violência. Bento Gonçalves conta com uma unidade da DEAM, que foi inaugurada em 2012. A DEAM de Bento está localizada na rua Marechal Floriano, 142, Centro da cidade. Até o final de 2023, 78,2% dos inquéritos policiais em andamento, que apuram crimes no âmbito da violência doméstica, haviam sido remetidos ao Judiciário.

Dados

Os dados do Mapa mostram que 86,2% dos casos de feminicídio no Rio Grande do Sul tiveram como autores o companheiro ou ex-companheiro da vítima. Cerca de 74% dos crimes aconteceram na residência da vítima. Em 5,7% dos casos, o autor tinha algum parentesco com a vítima (pai, irmão, tio, etc.).

Foto: Reprodução/Internet

Em 46% dos crimes, armas brancas (facas, facões, etc.) foram o instrumento utilizado para causar a morte da mulher. Armas de fogo estão presente em 28,7% dos casos – outras formas de agressão causaram 21,8% das mortes.

A faixa etária das vítimas é variada. A principal é de 18 a 24 anos, sendo 24,1%; as vítimas de 25 a 29 anos representam 16,1% das mortes, assim como as vítimas entre 35 e 39 anos.

Ainda segundo o Mapa dos Feminicídios no RS, 64 das 87 vítimas eram mães, sendo 32 com filhos que eram fruto da relação com o autor do crime. Destes filhos e filhas, 82 eram crianças e adolescentes.

Oito filhos perderam pai e mãe para a violência doméstica, em razão de feminicídio seguido de suicídio. Em sete casos, o crime foi praticado na presença de crianças e/ou adolescentes. Em três casos, os agressores cometeram homicídio contra os novos companheiros das vítimas.

A região Nordeste do Rio Grande do Sul, onde está localizada Bento Gonçalves, registrou 20 feminicídios consumados. Seis deles foram em Caxias do Sul, três em Vacaria e dois em Garibaldi. Bento registrou um crime. Carla Karolynne Santos de Paiva, de 27 anos, foi morta no dia 11 de maio, no bairro Progresso. O autor do crime, esposo de Carla, confessou o crime e foi preso.

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