Rua Coberta: dois novos locais sob análise

Desde que foi anunciada pela prefeitura, a instalação de uma Rua Coberta em Bento Gonçalves vem repercutindo na comunidade. Devido a um movimento contrário à localização da estrutura na rua Marechal Floriano e em parte da praça Walter Galassi, dois novos locais foram sugeridos, nos bairros São Bento e Planalto. Os pontos passam por análise do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ipurb). “Ainda é cedo para dizer se a obra vai ou não trocar de local”, explica o diretor do órgão, Luís Filipe Pires Trevisan.

Os novos pontos foram indicados pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SHRBS ) e pelo Bento Convention Bureau. A sugestão é que a Rua Coberta seja instalada ou na rua 15 de novembro, na lateral do Dall’Onder Grande Hotel (bairro Planalto), ou na rua Herny Hugo Dreher, próximo à praça Aquiles Mincarone, no bairro São Bento. Os dois locais estão próximos ao chamado corredor gastronômico, um ponto bastante frequentado por turistas onde estão localizados diversos restaurantes.

Segundo Trevisan, além da análise técnica para saber se as ruas em questão atendem às exigências necessárias para receber a obra, é preciso verificar junto à Caixa Econômica Federal a possibilidade de trocar o local de instalação nesta altura do processo. “Os documentos para a construção na Marechal Floriano já estavam sob análise. Precisamos ficar de olho para respeitar os prazos estabelecidos para não correr o risco de perder os recursos”, comenta. A obra seria custeada com verba do Ministério do Turismo, na ordem de R$ 1,2 milhão e com contrapartida de R$ 96 mil do município.

MP suspende inquérito

Em razão dos novos locais sugeridos, o Ministério Público (MP) suspendeu o inquérito civil que tratava sobre o caso. “Em razão das novas propostas de local, deliberou-se, em reunião que, havendo viabilidade técnica e concordância do órgão financiador, a discussão seria proposta ao Fórum de Políticas Públicas. O inquérito foi suspenso para que as questões de ordem técnica fossem enfrentadas pelos órgãos da administração municipal”, explica o promotor ElcioResmini Meneses. Segundo ele, somente conforme os resultados será possível avaliar a condução do inquérito.

 
Saiba mais

A escolha da rua Marechal Floriano se deu por critérios técnicos. Entre as exigências feitas pelo Ministério do Turismo, estava necessidade de a obra localizar-se em uma área central e que fomentasse eventos e pequenas feiras. Outras seis ruas chegaram a ser analisadas (Cândido Costa, Marechal Deodoro, Barão do Rio Branco, Júlio de Castilhos, Félix da Cunha e avenida Planalto), mas foram descartadas por não atenderem a todas as exigências necessárias. A escolha do local desagradou principalmente comerciantes do entorno, que protocolaram abaixo-assinado no Ministério Público (MP) contendo 1.785 assinaturas contrárias ao ponto escolhido para o empreendimento. O MP passou a investigar a questão e exigiu que o município apresentasse Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) e que a proposta fosse submetida ao Fórum de Políticas Públicas. O município respondeu à solicitação alegando que ainda não é o momento de realizar o EIV e que não haveria necessidade de que a proposta passasse pelo Fórum por se tratar de mera obra arquitetônica.


Reportagem: Carina Furlanetto

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