Rua Coberta: local divide opiniões

A instalação de uma Rua Coberta em Bento Gonçalves vem gerando polêmica antes mesmo da elaboração do projeto. O município conseguiu aprovação da verba de R$ 1,2 milhões, com contrapartida de R$ 96 mil, junto ao Ministério do Turismo (Mtur) e realizou na noite de quinta-feira, dia 9, audiência pública para ouvir a opinião da comunidade a respeito do empreendimento. Embora os cerca de 150 presentes aprovem a iniciativa, as opiniões divergem quando o assunto é o local de instalação. Apesar de o cadastrado no Mtur ter sido para a Cândido Costa, a prefeitura trabalhava com a ideia de transferir o projeto para a Marechal Floriano, junto à praça Walter Galassi. O fato desagradou, sobretudo, comerciantes do local, que temem o comprometimento dos seus estabelecimentos e a depredação da praça.

A secretária-geral de Governo e Administração, Eliana Passarin, esclarece que a intenção de trocar o local se deu após estudos da Secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana. “Na Cândido Costa toda a rua estaria trancada, impedindo a passagem de carros. Na Marechal Floriano apenas um lado da via seria utilizado, o que permite o fluxo de veículos do outro lado da rua”, observa. Durante a audiência outros pontos foram sugeridos, como a avenida Planalto. A proposta porém foi descartada, já que a exigência do Mtur para o repasse é que a obra seja realizada na área central do município. Além disso é preciso que a rua escolhida seja plana, já que a presença de declive inviabilizaria o projeto.

Conceito

A audiência pública foi marcada para discutir o conceito de Rua Coberta que o município quer. A principal característica é servir de espaço para feiras, eventos e convivência. Durante o encontro foi apresentado um esboço do que é pretendido para o local, tendo como referências projetos semelhantes em cidades como Gramado e Curitiba. “A rua por si só não representa nada. É preciso que haja comércio no entrono para fomentar o espaço”, explica o arquiteto do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ipurb), André Menin.

Foram apresentadas duas propostas diferentes para a Marechal Floriano: uma ocupando apenas um lado da via (sentido bairro-centro) e outra aproveitando também parte da praça Walter Galassi, com a cobertura preservando as árvores existentes. “A segunda opção é mais viável por oferece maior proteção contra intempéries”, destaca. Nenhuma proposta de ocupação para a Cândido Costa chegou ser elaborada para apresentar à comunidade.

A sugestão inicial é que além de palco para realização de eventos e exposições, a Rua Coberta abrigue alguns estabelecimentos como cafeteria, revistaria e florista. Interessados em instalar comércio no local deverão passar por edital de chamamento público. “Bento carece de locais cobertos na área central para apresentações”, afirma a secretária de Turismo, Ivane Fávero, exemplificando que em dias de chuva ou sol forte os eventos realizados no palco instalado provisoriamente em frente à prefeitura reúnem poucos expectadores.

A Rua Coberta foi concebida ainda com o objetivo de incentivar a ida do turista ao centro da cidade. As entidades ligadas ao comércio presentes durante a audiência pública aprovaram a iniciativa, mas também levantaram ressalvas quanto ao local.

Novo encontro

Na próxima segunda-feira, dia 13, está agendada reunião entre Executivo, Legislativo e representantes das entidades ligadas ao comércio. O objetivo é elencar outros possíveis pontos para instalação da Rua Coberta. As sugestões passarão por estudos de viabilidade. Após a definição do melhor local, a prefeitura iniciará os trabalhos de elaboração do projeto.

 

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