Safra da uva cresce 16% em 2015 no Estado

Na safra 2015, o Rio Grande do Sul produziu 702,9 milhões de quilos de uva, contra 606 milhões em 2014, um crescimento de 16% no volume. Os números foram apresentados na manhã desta quarta-feira, dia 15, pelo diretor técnico do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Leocir Bottega, durante a XVI Jornada da Viticultura, em Ipê, na Serra Gaúcha.

Do total processado, 55% das uvas foram destinadas para a elaboração de sucos e derivados que resultaram em 190,9 milhões de litros enquanto 45% do total colhido foram usados na elaboração de vinhos e derivados, resultando em 251 milhões de litros. A soma é de 441,8 milhões de litros de derivados da uva e do vinho nesta safra.

O presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Moacir Mazzarollo, cita alguns aspectos que contribuíram para o resultado. Segundo o dirigente, que é viticultor no município de Veranópolis, na Serra Gaúcha, neste ano a brotação foi mais uniforme e os cachos eram maiores e mais cheios, fatores decisivos para o maior volume. Mazzarollo pondera que os períodos de chuva alternados com predominância de tempo seco prejudicaram alguns produtores, mas que a perda acabou sendo pequena. “Tínhamos uma expectativa de que superaríamos em até 10% a safra anterior, mas o resultado foi melhor do que o esperado”, comemora.

Quanto à qualidade, Mazzarollo afirma que os relatos que tem colhido junto às cooperativas e demais empresas são de uvas com boa sanidade, cor e graduação dentro da média e até superior aos últimos anos. “Acredito que a redução na espera dos produtores para a entrega nas vinícolas foi fundamental para manter a qualidade da matéria-prima”, conclui.

Olir Schiavenin, presidente da Comissão Interestadual da Uva, justifica a safra maior em relação ao ano passado em função do aumento de áreas plantadas, com mudas novas e formas mais adequadas de manejo. “A cada ano observamos um cuidado maior com a uva que resulta em maior produtividade e também reflete na qualidade do produto final”, diz. Schiavenin acrescenta que os custos de produção obrigam os produtores a aumentar o volume para viabilizar a atividade. “Continuamos com problemas como da mão-de-obra, cada vez mais escassa e cara, da sucessão rural, entre outros pontos que precisam ser analisados e colocados na balança quando comemoramos um safra como esta, que foi boa em volume e qualidade”, propõe.

Números:

*Na safra 2015, dos 702,9 milhões de quilos de uva produzidos, 632,5 milhões são de variedades americanas e híbridas – usadas na elaboração de vinho de mesa e suco – e 70,4 milhões de quilos de uvas Vitis vinifera, para vinhos finos e espumantes. No ano anterior, a safra registrada foi de pouco mais 606 milhões de quilos, sendo 540 milhões de americanas e híbridas e 66 milhões de quilos de uvas viníferas.

*Entre as variedades que mais cresceram na safra 2015, destaque para a branca Chardonnay que passou de 5,8 milhões para 7,1 milhões de quilos, um crescimento de mais de 23%.

*As tintas mais significativas em volume processado – Merlot e Cabernet Sauvignon – apresentaram resultados distintos, com leve crescimento da primeira, de 7,8 milhões para pouco mais 8 milhões de quilos nesta safra. Já a Cabernet Sauvignon teve redução de 1,1 milhão de quilo (menos 13,4% em relação à safra anterior).

*Entre as variedades americanas e híbridas, a Isabel, que é utilizada para vinho de mesa e suco de uva, apresentou um crescimento de mais de 12%, passando de 228,5 milhões de quilos para 256,4 milhões nesta safra. Já a Bordô, bastante usada nos sucos, apresentou crescimento de quase 22%, passando de 113 milhões para 137,3 milhões de uvas processadas.

*Outro destaque entre as americanas e híbridas, que juntas cresceram mais de 17% em relação à safra passada, está a Niágara Branca, que saltou de 27,9 para 50,3 milhões de quilos neste ano, um crescimento de quase 80%.

 

As informações são do Ibravin.

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