Safra da uva de 2015 deve permanecer na média
Nem excepcional, nem ruim. Nem supersafra, nem quebra. A previsão para a safra 2015 no Rio Grande do Sul, maior produtor de uvas viníferas do país, é permanecer na média, em termos de qualidade e quantidade. As variações climáticas do último ciclo de brotação, iniciado ainda no inverno passado, propiciaram frutas com graduação de açúcar e acidez razoável, mas ainda podem interferir nas cultivares a serem colhidas.
As vinícolas da região já começaram a receber os primeiros lotes das variedades brancas, como Concord e Niágara Branca e Rosada, utilizadas na elaboração de suco e vinho de mesa, respectivamente. Alguns produtores estão se queixando do baixo grau de açúcar, provocado pelas frequentes chuvas nas últimas semanas, como explica o enólogo da Emater, Thompson Didoné. “A concentração de açúcar não é considerada a ideal, mas o acúmulo de água na fruta proporciona grãos maiores”, acrescenta.
Variedades como a Chardonnay, Pinot Noir e Riesling, utilizadas para a produção de espumantes, também estão sendo colhidas e entregues nas vinícolas nesta semana. Essas estão com a acidez acentuada, considerado positivo para o produto final. “A safra está um pouco adiantada em relação aos anos anteriores. A previsão é de obtermos uma qualidade melhor, pois a formação dos cachos está mais uniforme”, avalia o engenheiro agrônomo da Vinícola Aurora, Lidovino Bavaresco. Até o fim da colheita, a empresa estima receber 60 mil toneladas de uvas, três mil a mais que o montante registrado no ano passado.
Na região, a média produzida é de 110 a 120 milhões de quilos, quantia aproximada esperada para esta safra, ainda de acordo com o enólogo da Emater. “Além deste número, as vinícolas ainda processam uvas provenientes de outros locais”, destaca Didoné.
Apesar da qualidade aceitável das variedades entregues até então, o clima ainda pode interferir na maturação das cultivares tardias, a serem colhidas até março – entre elas a Isabel, que representa 60% da produção da fruta no Estado. “Não registramos ataques de pragas expressivos e agora temos que cuidar para que não ocorra podridão, em caso de excesso de chuva. A uva está bonita, agora dependemos do tempo até a colheita”, afirma o coordenador da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin.
Além dos fatores climáticos, o sucesso do fechamento da safra depende da boa relação entre produtor e indústria. “Não adianta o viticultor caprichar no plantio e nos cuidados se, ao chegar à vinícola, a fruta ficar dias parada. Torcemos para que haja este esforço conjunto na reta final”, estima Didoné.
Preço mínimo
O preço mínimo da uva para essa deverá foi definido em R$ 0,70 ao quilo para a variedade Isabel de 15 graus Babo. O valor, estabelecido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), representa 11% de aumento com relação à última safra, quando o preço pago para a mesma variedade foi de R$ 0,63.
Abertura oficial
O evento oficial da abertura da safra no Estado acontece nesta quinta-feira, dia 15, na Cantina Strapazzon, no distrito de São Pedro, e contará com a presença do governador, José Ivo Sartori. Junto ao evento, será realizada a abertura do 6º Bento em Vindima, programação que oferece atividades alusivas à colheita da uva para moradores e turistas.
Reportagem: Priscila Pilletti
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