Os conceitos sobre alcoolismo são muito amplos, mas existe um consenso de que a pessoa que não consegue mais viver sem o uso da bebida desenvolveu de alguma forma um hábito ou uma dependência, mesmo que só beba em doses moderadas. O vício se estabelece, justamente, porque muitas pessoas pensam que, por beberem moderadamente, não são consideradas alcoólatras.
O problema não é a bebida, mas a relação que a pessoa estabelece com ela. E esta relação pode ser totalmente doentia.
Geralmente, quem abusa do álcool já recebeu muitos avisos, principalmente de familiares e amigos, mas existe sempre a recusa em admitir o problema. O que se ouve, normalmente, é “paro quando quiser”. A pessoa só vai se dar conta da gravidade da situação quando acontecer alguma perda de performance profissional, algum constrangimento social ou mesmo algum acidente que afete sua saúde. Isso é diferente de pessoas ou povos que usam a bebida dentro de um contexto cultural alimentar, e que, neste caso, podem perfeitamente interromper o o consumo sem sentir falta do álcool.
Como identificar se estou abusando do álcool?
Existem diversas formas e a primeira delas é se propor a passar por um período sem beber, que pode ser de um mês, por exemplo. Nesse intervalo de tempo, verifique se há mudança do estado de humor, sono, produtividade, irritabilidade, entre outras alterações de comportamento.
Outra forma de identificar que está havendo um exagero é examinar o fígado, órgão do corpo que filtra ou metaboliza o álcool ingerido. Quando há excesso de álcool, pode haver aumento de determinadas enzimas hepáticas, o que demonstra um comprometimento ou uma sobrecarga hepática que poderá evoluir para uma cirrose.
O mais difícil é perceber que estamos exagerando. É preciso ter a humildade de ouvir a opinião dos outros quando ainda estamos totalmente sóbrios, ou ouvir que após a segunda dose ou terceira doses, já ficamos alterados. A partir daí, existe a necessidade de estabelecermos um limite, que será bastante individual, além de ser um compromisso pessoal de nunca ultrapassarmos essa barreira.
Caso perceba que está “passando do ponto”, em determinado momento, deve-se parar o uso da bebida imediatamente e tomar bastante água para se hidratar e diluir a bebida no organismo. Lembrando que nunca se deve beber em jejum ou após ter comido pouco, pois, neste caso, a absorção do álcool será muito mais rápida.
Na realidade, a bebida pode ser muito boa e algumas têm muitas propriedades que fazem bem à saúde, mas a relação do ser humano com o álcool pode ser totalmente doentia. Logo, o problema, como já dito, não é a bebida, mas a relação que a pessoa estabelece com ela. Beber pode, sim, mas, se alcoolizar e passar do ponto, nunca!
Por Persio Ribeiro Gomes de Deus
Portal Minha Vida
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