O coordenador médico da secretaria municipal de Saúde, Marco Antônio Ebert, diz se tratar de boatos informações de que a unidade avançada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já teria sido desativada em Bento Gonçalves. De acordo com ele, o que há de concreto até o momento é a intenção da prefeitura de reestruturar o serviço. Entretanto, antes de serem efetivadas as mudanças precisam ser aprovadas pelo Conselho Municipal de Saúde. Até lá, as duas ambulâncias do município, uma básica e uma avançada, seguem funcionando normalmente.
O principal motivo da reestruturação é o tempo de espera entre a ligação para o 192 e a chegada da ambulância até o local, além do alto custo para manutenção do serviço. Os fatos já foram questionados pelo Ministério Público. A demora ocorre porque os chamados são atendidos pela Central Metropolitana de Regulação em Porto Alegre. Somente após todos os dados repassados e avaliação do caso por parte de um médico regular é que a central entra em contato com a base de Bento Gonçalves, encaminhando o chamado. A solução encontrada pela prefeitura seria a regulação local do serviço. Segundo Ebert, a secretaria aguarda o agendamento de reuniões para tratar a questão.
Custos
De acordo com a portaria n° 1.010, de 21 de maio de 2012, do Ministério da Saúde, que redefine diretrizes para a implantação do Samu, as despesas de custeio mensal do serviço são de responsabilidade compartilhada entre União, Estados e município. A despesa máxima do município deveria ser de 25%. Porém esta está longe de ser a realidade de Bento Gonçalves. Para manutenção da unidade básica o município recebe R$ 10,2 mil do Estado, R$ 12,5 mil da União e ainda precisa desembolsar R$ 22,3 mil, o que equivale a 49,56% do custo total. Já para a unidade avançada, o gasto proporcional do município é ainda maior. Os repasses são de R$ 32,3 mil (Estado) e R$ 27,5 mil (União), enquanto a contrapartida da prefeitura é de R$ 99,2 mil, 62,39% do custo de manutenção.
Para reduzir os custos a prefeitura pretende no futuro substituir a funcionalidade da unidade avançada por uma UTI móvel da secretaria municipal de Saúde e investir em equipamentos para as unidades de resgate dos Bombeiros. Além disso, a intenção é aproveitar os médicos que atuam no Samu no Pronto Atendimento 24 horas (PA 24 horas) e posteriormente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Os médicos trabalhariam atendendo a população, e quando houvesse necessidade de atendimento por parte do Samu, se deslocariam até a ocorrência.
Saiba mais
As atividades do Samu no município iniciaram em fevereiro de 2011, quando a unidade básica entrou em funcionamento. Já a unidade avançada iniciou os trabalhos em junho do mesmo ano. A diferença desta segunda ambulância é que ela funciona como uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel e conta com médicos a bordo.
Reportagem: Carina Furlanetto
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